Gálatas 4 — Interpretação Bíblica

Gálatas 4

Deve ter havido um grupo considerável de líderes da igreja, os próprios convertidos de Paulo, que na ausência de Paulo se tornaram influentes e importantes e estavam tentando fugir com a igreja. Eles haviam se tornado arrogantes, autoritários e jactanciosos em sua atitude para com Paulo. Daí a vindicação de Paulo de si mesmo.

Paulo adverte os líderes da igreja a não ensinarem além do que está escrito, para que não se tornem arrogantes em sua liderança e esqueçam quem lhes deu sua sabedoria espiritual. Paulo os orienta a seguir seu exemplo, como seu pai espiritual em Cristo, que ele estabeleceu para eles em sua maneira de ensinar, curso de conduta e modo geral de vida em Cristo.

4:1 Há um sentido em que todos os homens (sejam judeus ou gentios) eram filhos de Deus, a saber, que estavam sujeitos a Ele sob a dispensação judaica ou patriarcal. Apesar disso, todos foram impedidos de desfrutar os plenos benefícios da bênção prometida por meio de Abraão, até que chegasse o tempo em que a Semente prometida viesse ao mundo. Este período de espera é aqui comparado por Paulo aos anos de menoridade em uma criança. Durante esse período, embora um homem fosse um filho e, portanto, um herdeiro de Deus, ele não tinha mais acesso à propriedade de seu Pai, a saber, as posses com Cristo, do que um servo teria à propriedade de seu mestre.

4:2 Continuando a linha de capítulo escolhido no início é original no versículo anterior, portanto, sob tutores e protetores (ver o mundo no comentários 3:24), diferente o tempo diferente da humanidade. No que se refere à alienação de bens, o filho é menor até o momento que o pai designar, quando o filho deve ser liberado do domínio desses tutores, e sua parte dos bens deve ser entregue em sua totalidade.

4:3 Quando éramos crianças ainda é usado em referência aos anos anteriores à introdução da Dispensação do Evangelho. A escravidão significa o estado preparatório já descrito em vários versículos anteriores. Elementos é de STOICHEION, e a definição geral de Thayer é “qualquer primeira coisa, da qual as outras pertencentes a alguma série ou todo composto surgem; um elemento, primeiro princípio”. Como a palavra é usada em nosso versículo, ele a explica da seguinte forma: “Os rudimentos com os quais a humanidade, como crianças menores, foi doutrinada antes do tempo de Cristo, ou os preceitos cerimoniais comuns à adoração de judeus e gentios”. O mundo é de ‘cosmos, uma definição do que é “os habitantes da terra, os homens, a raça humana”. É usado na presente conexão nesse sentido porque os elementos que pertencem à conduta moral e religiosa só podem ser aplicados a seres inteligentes.

4:5 não julgue nada. Embora os crentes possam se beneficiar das avaliações construtivas de outros crentes, seu juiz final é o próprio Senhor. Não podemos conhecer o quadro completo e devemos ter cuidado para não fazer avaliações prematuras dos outros.

4:6 inchado. Os gregos consideravam a humildade um defeito, uma característica dos escravos. Para o cristão, no entanto, exemplifica a atitude de Cristo (Fp 2:5-8).

4:10 tolos por Cristo. A verdadeira força é encontrada na compreensão de nossa fraqueza e suficiência de Cristo (2Co 12:7-10; Fp 4:11-13).

4.2 tomam conta dele e cuidam dos seus negócios: Ver Gl 3.24, n.

4.3 antes de ficarmos adultos espiritualmente: Antes de Cristo vir ao mundo. poderes espirituais que dominam o mundo: “Poderes espirituais”, que também pode ser traduzido por “elementos”, se refere, muitas vezes, a espíritos e poderes espirituais que, segundo pensavam as pessoas daquele tempo, dominam o mundo (Gl 4.8; ver também 1Co 2.6; Ef 2.2; 6.12; Cl 2.8,15-20). É uma maneira de falar sobre a religiosidade dos não-judeus. Aqui, no entanto, parece que Paulo está falando sobre a lei. Ela se inclui entre esses poderes espirituais (v. 5; ver também vs. 9-10).

4.4 o tempo certo: Mc 1.15; Ef 1.10; Tt 1.3. Deus enviou o seu próprio Filho... filho de mãe humana: Paulo afirma tanto a divindade como a humanidade de Jesus (Rm 1.3-4; Fp 2.6-7; Jo 1.14).

4.5 libertar: Cristo fez isso tornando-se maldição por nós (Gl 3.13). filhos de Deus: Ver Ef 1.5, n.

4.6 para mostrar que vocês são seus filhos: Ou “porque vocês são seus filhos”. enviou o Espírito... ao nosso coração: Isto é, ao coração de todos os cristãos (ver Gl 3.2, n.). “Pai, meu Pai”: Paulo usa a palavra aramaica Abba e a palavra grega Pater, ambas as quais significam “Pai” (Mc 14.36; Rm 8.15).

4.7 não são mais escravos: Da lei (comparar vs. 5-7 com Rm 8.14-17).

4.8-20 Paulo faz mais um apelo aos gálatas, lembrando, em especial, o bom relacionamento que eles tinham com o apóstolo. Expressa seu grande amor pelos leitores (v. 19) e mostra que a intenção dos adversários não é boa (v. 17).

4.8 deuses que... não são deuses: Os deuses das religiões pagãs.

4.9 Deus os conhece: Ver 1Co 8.3, n.; 13.12. voltar para aqueles poderes espirituais: Para os gálatas, dar atenção àquelas pessoas que estavam anunciando um “evangelho” diferente (Gl 1.9) seria o mesmo que voltar às superstições em que acreditavam antes de se tornarem cristãos (ver v. 3, n.).

4.10 Paulo pode estar falando sobre o calendário religioso dos judeus, que marcava dias de jejum e festas, ou, então, está se referindo aos dias santos das religiões pagãs (Cl 2.16).

4.11 não valeu nada: Fp 2.16; 1Ts 3.5.

4.12 eu sou como vocês: Paulo não considera a Lei de Moisés um meio de ser aceito por Deus (1Co 9.21-22), e essa é também a posição dos cristãos não-judeus da Galácia, a quem ele está escrevendo esta carta. Mas, agora, os gálatas correm o perigo de serem dominados pela lei.

4.13 eu estava doente: Não sabemos se essa foi a mesma “doença dolorosa” que Paulo menciona em 2Co 12.7. Em todo caso, a doença fez com que Paulo ficasse algum tempo na Galácia, dando-lhe assim a oportunidade de ali pregar o evangelho.

4.15 os seus próprios olhos: Estas palavras e “as letras grandes” referidas em Gl 6.11 levaram alguns a pensar que Paulo tinha uma doença nos olhos. Na verdade, “arrancar os olhos para dar a alguém” era uma maneira de dizer que se está disposto a dar a coisa mais valiosa que se tem.

4.17 Esses homens: Os adversários de Paulo, que ensinavam que os não-judeus deviam ser circuncidados antes de se tornarem cristãos (ver Intr. 4).

4.19 Meus queridos filhos: Ver 2Co 12.14, n. como uma mulher que tem dores de parto: Com estas palavras, Paulo expressa a sua profunda preocupação pelos cristãos da Galácia (1Ts 2.7; 1Co 4.15). Ele quer que eles sejam cristãos maduros, espiritualmente saudáveis.

4.21-31 Paulo vê na história de Agar e Sara, com seus filhos Ismael e Isaque (Gn 16.1-5; 21.1-3), um símbolo das duas alianças (v. 24): uma leva as pessoas à escravidão, a outra traz a liberdade.

4.21 o que a Lei diz? Aqui, “Lei” se refere aos primeiros cinco livros do AT e, especificamente, ao Livro de Gênesis.

4.25 Jerusalém atual: Não somente os moradores da cidade, mas todo o povo de Israel. escrava Da Lei de Moisés.

4.26 a Jerusalém celestial: O verdadeiro templo, lar e país dos que creem (Fp 3.20; Hb 12.22-23).

4.27 as Escrituras Sagradas: Em Is 54.1, o profeta diz a Jerusalém que se alegre, pois os seus filhos, os judeus que estavam vivendo no cativeiro na Babilônia, logo voltarão para casa. Paulo aplica essas palavras a Sara, a Jerusalém celestial... nossa mãe: (v. 26), que terá muitos filhos.