Gênesis 14 — Comentário de Matthew Henry

Gênesis 14 — Comentário de Matthew Henry

Comentário de Gênesis 14



Gênesis 14

Versículos 1-12: A batalha dos reis; Ló é levado como prisioneiro; 13-1G. Abraão resgata Ló,17-20: Melquisedeque abençoa Abraão; 21­ 24: Abraão devolve o despojo.

Vv. 1-12. As disputas entre as nações formam uma grande parte da História; porém, não teríamos o relato desta guerra se Abraão e Ló não tivessem sido participantes dela. Por causa de sua cobiça, Ló havia se instalado na fértil, mas na malvada Sodoma. seus habitantes foram surpreendidos por invasores procedentes da Caldéia e da Pérsia, que eram na ocasião reinos pequenos. Tomaram a Ló e os seus bens, dentre os demais. Ele era um justo e filho de um irmão de Abraão; porém, nem a nossa piedade nem o nosso relacionamento com os nossos irmãos, a quem podemos chamar de favoritos em relação ao céu, nos podem dar segurança quando os juízos de Deus se iniciam. Mais do que um homem honesto, ele sofre o pior devido aos seus maus vizinhos.

É uma atitude sábia de nossa parte separarmo-nos, ou ao menos distinguirmo-nos dos maus vizinhos (2 Co 6.17). Ló, sobrinho de Abraão, deveria ter sido companheiro e discípulo de seu tio. se preferiu morar em Sodoma, foi graças a si mesmo que participou das perdas daquela cidade. Quando saímos dos caminhos do nosso dever, afastamo-nos da proteção de Deus, e não podemos esperar que a opção por nós adotada, por causa de nossa concupiscência, termine em nosso proveito. os invasores levaram o patrimônio de Ló; é justo diante de Deus que os deleites pelos quais nos vejamos privados de seu gozo nos sejam retirados.

Vv. 13-16. Abraão aproveita esta oportunidade, para dar uma prova real de que é verdadeiramente amigo de Ló. Nós devemos estar prontos para socorrer os que enfrentam problemas, especialmente os nossos parentes e amigos. Ainda que o próximo tenha faltado com os seus deveres para conosco, não devemos nos descuidar de nosso dever para com ele. Abraão resgatou os cativos. se tivermos a oportunidade, devemos fazer o bem a todos.

Vv. 17-20. Melquisedeque é chamado rei de salém, que se supõe ser o lugar que posteriormente foi chamado de Jerusalém e, geralmente, pensa-se que era simplesmente um homem. As palavras do escritor aos hebreus (Hb 7.3) somente nos dizem que a história sagrada nada menciona sobre os seus antepassados. o silêncio das Escrituras sobre este assunto tem por finalidade que elevemos o nosso pensamento a Cristo, cuja geração não pode ser declarada.

Pão e vinho foi um bom refrigério para os seguidores de Abraão; deve ser observado que Cristo designou os mesmos elementos para que recordássemos o seu corpo e o seu sangue, que, sem dúvida, são comida e bebida para a alma. Melquisedeque abençoou Abraão, por parte de Deus; e bendisse a Deus, por parte de Abraão. Nós temos que agradecer pelas misericórdias que são concedidas ao próximo, como agradecemos por aquelas que são concedidas a nós mesmos. Jesus Cristo, o nosso sumo sacerdote, é o mediador das nossas orações e dos nossos louvores, elevando não somente as nossas orações, como também as suas próprias a nosso favor.

Abraão deu a Melquisedeque o dízimo dos despojos (Hb 7.4). Quando recebemos uma misericórdia tão grande da parte de Deus, é muito apropriado que expressemos a nossa gratidão por meio de um ato especial de piedosa caridade. Jesus Cristo, o nosso Melquisedeque, está disposto a receber a nossa homenagem, e ser reconhecido como o nosso Rei e sacerdote. Devemos dar-lhe não somente o dízimo de tudo, mas também tudo o que temos.

Vv. 21-24. Observe a oferta de gratidão do rei de Sodoma a Abraão: "Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti". A gratidão nos ensina a recompensar, com o máximo que nos for possível, àqueles que suportaram a fadiga, que correram riscos, e que se desgastaram a favor de nosso serviço e proveito. Abraão recusou generosamente esta oferta. Ele acompanha a sua rejeição com uma boa razão: "Para que não digas: Eu enriqueci a Abrão"; porque isto se refletia na promessa e no pacto de Deus, como se o Senhor não tivesse enriquecido a Abraão, mas sim os despojos de Sodoma. o povo de Deus, em benefício de seu próprio crédito, deve ter cuidado para não fazer algo que pareça mesquinho ou mercenário, ou que tenha traços de cobiça e interesse próprio. Abraão confiou no Dono do céu e da terra, que lhe proveu todas as coisas.

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