Significado de Malaquias 1

Malaquias 1

Malaquias 1 começa com uma declaração do amor de Deus por Israel. O profeta Malaquias transmite uma mensagem de Deus, abordando as dúvidas do povo sobre o Seu amor. Deus enfatiza que amou Israel como Sua nação escolhida, apesar de seu ceticismo.

Porém, a resposta do povo é marcada pela incredulidade, questionando como Deus tem demonstrado o Seu amor. Deus cita o exemplo de Jacó e Esaú, ressaltando que Ele escolheu Jacó e o amou, enquanto Esaú foi rejeitado. Isso serve como uma ilustração da escolha soberana de Deus e Seu direito de demonstrar favor.

O tom muda para uma repreensão quanto à qualidade das ofertas apresentadas a Deus. As pessoas estão oferecendo sacrifícios impuros e sem defeito no altar, o que reflete uma falta de reverência e honra a Deus. O profeta questiona a atitude deles, perguntando se eles apresentariam tais ofertas a um governador humano. Isso destaca a inconsistência de sua adoração e devoção.

Deus expressa Seu descontentamento com suas ofertas e jura que prefere fechar as portas do templo do que aceitar seus sacrifícios inaceitáveis. Ele os desafia a levar seus sacrifícios a seus governadores e ver se eles ficariam satisfeitos com tais ofertas. A mensagem de Deus enfatiza a importância de oferecer a Ele o seu melhor e não tratá-Lo com desrespeito.

O capítulo conclui sugerindo que a falta de adoração genuína do povo é um reflexo do fracasso dos sacerdotes em cumprir suas responsabilidades. Os sacerdotes são criticados por mostrarem desprezo pelo altar de Deus ao permitir essas ofertas inferiores. A falta de liderança espiritual e o fracasso em instruir o povo na adoração adequada contribuem para o declínio geral da devoção da nação.

Em resumo, Malaquias 1 aborda o amor de Deus por Israel, Sua escolha soberana ao escolher Jacó em vez de Esaú e as práticas de adoração insinceras do povo. Ele destaca a oferta de sacrifícios defeituosos e os desafia a oferecer o melhor a Deus. O capítulo também critica os sacerdotes por não cumprirem suas responsabilidades e guiarem o povo na adoração adequada. No geral, o capítulo prepara o cenário para os diálogos subsequentes no livro, abordando questões de fidelidade, devoção e a necessidade de restauração espiritual.

Significado

1.1 Como no caso de Naum (Na 1.1), a mensagem profética de Malaquias era como um peso que tinha de ser descarregado por ele (Is 13.1; Jr 23.33-38; Hc 1.1). Contra Israel. No pós-exílio, o uso da palavra Israel referindo-se ao povo judeu expressava a esperança de que o Senhor logo cumpriria plenamente as promessas que havia feito a Seu povo. O nome Malaquias significa meu mensageiro.

1.2-5 Uma discussão sobre o amor de Deus. O livro de Malaquias aborda uma série de discussões entre o Senhor e o Seu povo. Esta seção forma a primeira de seis dessas polêmicas.

1.2 Eu vos amei. Deus é como um pai amoroso, que fala com carinho. No entanto, Seu povo escolhido mostra-se como filhos rebeldes, que se voltam contra as palavras de amor ditas a eles.

1.3 E aborreci a Esaú. O contraste entre os verbos amar e aborrecer aqui e no versículo 2 parece ser muito forte. Todavia, em muitas ocasiões no Antigo Testamento, o verbo aborrecer significa basicamente não ser escolhido. O amor de Deus por Jacó foi expresso em Sua graça eletiva, ao estender Sua aliança a ele e seus descendentes (Gn 25.21-26; Is 44.1-5). Em Seu propósito soberano, Deus quis mostrar seu amor a Jacó, não a Esaú. O termo aborrecer também dá ideia de indiferença.

1.4-5 Ainda que Edom diga [...] porém tornaremos. Edom era a nação descendente de Esaú, e tão incrédula e autoconfiante como ele. A destruição de Israel fez com que esta nação reavaliasse seu relacionamento com Deus; mas para Edom a destruição só fez que seu orgulho e teimosia aumentassem. SENHOR dos Exércitos. Esta expressão descreve Deus como o supremo comandante do universo. Os Exércitos são os Seus batalhões celestiais.

1.6 O filho honrará o pai. O Senhor expressa aqui uma verdade evidente: nada mais natural do que um pai ou um senhor ser honrado ou pelos filhos ou por aqueles que lhe devem respeito e obediência, mas o Senhor não estava recebendo a honra que lhe era devida. Eu sou Pai. A imagem de Deus como um pai é comum no Novo Testamento, mas isso raramente ocorria no Antigo Testamento (Is 63.16; 64.8). Que desprezais o meu nome. Nos tempos antigos em Israel, o nome simbolizava o caráter, as obras e a reputação de uma pessoa. Por isso, essa declaração é algo muito sério. Ainda assim, o povo tem a ousadia de perguntar: Em que desprezamos nós o teu nome:'

1.7 A resposta de Deus à pergunta feita no versículo 6 fala de pão imundo. Trata-se de pão não preparado corretamente para o culto a Deus. O pão (Ex 25.23-30) e a mesa sobre a qual ele era colocado eram símbolos sagrados, mas os sacerdotes os estavam tratando como coisa comum, sem valor algum.

1.8 Cego... coxo... enfermo. A lei deixava de modo bem claro as exigências para adoração santa a Deus. Somente o melhor deveria ser apresentado como oferta ao Senhor (Lv 1.3); ninguém deveria trazer uma oferta imunda, ou seja, com doença, mancha ou defeito (Lv 7.19-21).

1.9 Neste versículo, é vista a misericórdia do Senhor. Apesar da indiferença do povo em relação aos mandamentos de Deus, Ele continua oferecendo Sua graça misericordiosa àqueles que desejem recebê-la. Não haja dúvida, porém, de que era necessária uma mudança nas obras e atitudes das pessoas. Isso nos lembra a misericórdia que Deus oferece a Caim depois que seu sacrifício também não foi aceito (Gn 4-6,7).

1.10 Feche as portas. Entre aceitar as obras do seu povo, mesmo sem gratidão, ou não aceitar obra alguma, Deus escolhe a segunda opção. Prazer. Essa palavra descreve o desejo que Deus tem de se deleitar com a verdadeira adoração de um povo verdadeiramente santo (Sl 40.6-8; 147.10,11).

1.11 Grande entre as nações. Deus um dia será adorado por todas as nações. Embora o próprio povo de Deus estivesse profanando seu nome (Sl 87; 117), ele seria adorado até mesmo pelos então desprezados gentios.

1.12 Vós o profanais. O povo estava tratando Deus com menosprezo mediante sua atitude negligente em relação às ofertas.

1.13 O povo não entendeu nem gostou das exigências de Deus; parecia estar simplesmente muito ocupado com seu trabalho para dar atenção a isso. Roubado... coxo... enfermo. As ofertas dos sacerdotes não eram aceitáveis; algumas eram até de coisas roubadas e outras de animais impróprios. Sacrificar algo que não tem valor não pode ser considerado de maneira alguma um sacrifício.

1.14 Será que alguém consegue mesmo enganar o Senhor? Na verdade, só há engano aos olhos do enganador. Porque eu sou grande rei. O nome do Senhor deveria ser de tal modo engrandecido por Seu povo que todas as nações fossem levadas a adorá-lo.

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