Significado de Habacuque 2

Habacuque 2

2:1 Minha guarda... sobre a fortaleza. Habacuque colocava-se como um vigilante que observava as nações, conforme Deus lhe havia ordenado (Hc 1.5). O profeta também esperava com ansiedade pela resposta de Deus às suas três acusações em Habacuque 1.12-17. O que fala comigo. Vê-se a fé de Habacuque pela sua expectativa da resposta de Deus. Quando eu for arguido. Esta expressão indica a sujeição do profeta a Deus.

2:2 A ordem para escrever a revelação é incomum. Geralmente, os profetas primeiro faiavam a palavra de Deus. O termo visão, nesse contexto, está ligado ao verbo traduzido como viu em Habacuque 1.1. O substantivo trata de uma revelação profética (Is 1.1). Para que a possa ler o que correndo passa. O oráculo divino seria proclamado por mensageiros.

2:3 O tempo determinado trata de uma determinada época aos olhos de Deus. Se tardar, espera-o. Deus conhece Seu plano e o desfecho de todas as coisas, segundo os Seus propósitos. Os justos têm a responsabilidade de estudar e proclamar a Sua revelação enquanto esperam que ela se cumpra. Certamente virá. A garantia de cumprimento é o próprio Deus. Não tardará. O cumprimento da visão não demorará mais que o planejado por Deus.

2:4 Eis que a sua alma se incha: essa pessoa arrogante e fanfarrona personifica a Babilônia (v. 4). Mas o justo, pela sua fé, viverá. A pessoa orgulhosa confia em si mesma, no seu poder, na sua posição social, e nas suas companhias; mas o justo confia no Senhor.

2:5 O termo sepulcro usado nessa passagem, é como uma personificação da morte, que, assim como a pessoa ambiciosa, nunca está satisfeita (Pv 30.15, 16). Todas as nações... todos os povos. Estes povos da terra deveriam ter sido reunidos perante o Senhor, para uma santa adoração (Sl 117.1); em vez disso, tornaram-se porções de comida para o feroz apetite da Babilónia.

2:6-20 Essa provocação profética (uso desarcasmo na fala profética) está na forma de cinco oráculos com ais. Seu objetivo é garantir aos ouvintes dessa visão (v. 2, 3) que Deus julgará a cobiça e a opressão, que Ele intervirá em favor dos justos (v. 20), e que Ele estabelecerá Seu glorioso Reino (v. 14)- Se, por um lado, o centro da visão é a queda da Babilônia (539 a.C.), a mensagem estende-se à queda de todos os reinos humanos. A Grande Babilônia cairá e nunca mais se levantará (Ap 17.1 19.4) A visão tem cinco partes. Cada uma começa com a palavra hebraica traduzida como ai ou a contém. Eis as cinco partes: (1) a insensatez da extorsão e do saque (v. 6-8); (2) a insensatez da exploração e da injustiça (v. 9, 10); (3) a insensatez do assassinato (v. 11-14); (4) a insensatez da bebedeira e da imoralidade (v. 15-17); e (5) a insensatez da idolatria (v. 18-20).

2:6 O oráculo contendo ai é um oráculo de juízo que consiste de duas partes: a declaração do mal feito e a notificação do juízo iminente. O juízo costuma aplicar o princípio da lei de retaliação: o ato errado voltaria para assombrar o malfeitor. Multiplica o que não é seu. A Lei proibia conceder empréstimos com o objetivo de cobrar juros (Dt 23.19). Dívidas. A prática de penhorar algum objeto, como garantia de devolução do dinheiro, era permitida na Lei, mas tinha limitações, para garantir ao povo um tratamento humano (Ex 22:26, 27; Dt 24.10-13).

2.7, 8 O termo hebraico para a frase que te hão de morder também é traduzido como credores, e sugere ataques repentinos e dolorosos (Mq3.5).

2:9, 10 Ajunta... bens mal adquiridos. Obter bens pela extorsão e pelo abuso de poder era estritamente proibido pela Lei de Moisés (Dt 16.19). Seu ninho. Assim como o pássaro faz o seu ninho longe das pessoas e dos animais selvagens, os ricos também trabalham duro para evitar ameaças à sua fortuna.

2:11 A pedra clamará... a trave lhe responderá. Toda a estrutura da sociedade israelita clamava por justiça; todas as suas partes reverberavam com a necessidade de corrigir os erros.

2:12 Miqueias também falou contra os líderes de Judá, que estavam desenvolvendo a cidade e o reino às custas do tratamento desumano dado aos outros, e da injustiça (Mq 3.10).

2:13 O Senhor dos Exércitos é um título que se refere a Deus como o Comandante dos exércitos dos céus (Ag 1.5).

2:14, 15 O futuro Reino de Deus na terra terá como característica ser um reino de justiça (Is 2:1-4; Mq 4.1-5). Toda a humanidade da terra renovada conhecerá o Senhor e viver segundo a Sua vontade. As estruturas do sistema humano, ainda que sejam adequadas no tempo presente, tombarão após o juízo de Deus, porque estimulam um espírito de independência em relação ao Senhor. Conhecimento. Aquilo que Satanás prometeu em falso em Gênesis 3.5 Deus entregará. Glória do Senhor trata da total manifestação do Seu ser, da Sua importância, da Sua presença e do Seu poder. O verdadeiro conhecimento de Deus, na época do Seu reinado na terra, será como as águas, inescapáveis, que tudo abarcam e tudo envolvem.

2:16, 17 Só o Reino de Deus é glorioso. A glória dos reinos humanos, tais como a Babilónia, será transformada em desgraça. Sê como. Em sua nudez, os babilônios estariam expostos como um incircunciso; nem seriam parte do povo de Deus, nem merecedores da Sua misericórdia. O cálice da mão direita do Senhor representa a ira divina (Is 51.17, 22; Ap 14.10; 16.19).

2:18, 19 Que ensina a mentira... para que o artífice confie na obra. A idolatria começa com a enganação, estimula a enganação, e pede um compromisso com a enganação (Is 44-20).

2:20 O Senhor está no seu santo templo. Estas palavras não pertencem a um contexto de adoração a Deus pelo Seu povo. O Senhor é soberano e santo. Ele olha para as nações e as responsabiliza por seus atos. Cale-se diante dele. O chamado ao silêncio não é um convite a adorá-lo, e sim um chamado a refletir sobre a terrível situação de todos os que caem nas mãos do Deus irado (Sf 1.7).

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Bibliografia
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