Significado de Gênesis 27

Gênesis 27

Gênesis 27 é um capítulo que gira em torno das ações enganosas de Jacó e Rebeca em sua trama para enganar Isaque a dar a Jacó a bênção destinada a Esaú. O capítulo também retrata os relacionamentos e as tensões entre os membros da família, incluindo o amor de Isaque por Esaú e o favoritismo de Rebeca por Jacó.

Um dos temas-chave em Gênesis 27 são as consequências do engano e a importância de honrar a própria palavra. As ações de Jacó e Rebeca resultam em um desentendimento entre os membros da família e uma perda de confiança, destacando os efeitos prejudiciais do engano. O capítulo também descreve as consequências de escolher favoritos e os ciúmes e ressentimentos que podem surgir entre irmãos.

Este é um capítulo que explora os temas do engano, relacionamentos familiares e a importância de honrar a própria palavra. Retrata as ações enganosas de Jacó e Rebeca e as consequências resultantes de suas ações. O capítulo também destaca as tensões e rivalidades entre os membros da família e os perigos de ter favoritos.

Em resumo, Gênesis 27 descreve as ações enganosas de Jacó e Rebeca em sua trama para enganar Isaque e obter a bênção destinada a Esaú. O capítulo explora as consequências do engano, a importância de honrar a palavra e as tensões e rivalidades que podem surgir entre os membros da família. Por fim, Gênesis 27 serve como uma advertência sobre os perigos do engano e a importância da honestidade e integridade em todos os relacionamentos.

Comentário de Gênesis 27

Gênesis 27.1-3 Isaque envelheceu. Apesar de velho, Isaque ainda viveu muitos anos (Gn 35.27-29), e a idade avançada não impediu que ele continuasse agindo com cautela. Seus olhos se escureceram. A visão debilitada de Isaque permitiu que Jacó e Rebeca o enganassem (v. 11-29). [Para saber mais sobre outras bênçãos relacionadas à visão de Isaque, veja Gn 48.8-22.] Normalmente, um pai daria a bênção principal ao primogênito, neste caso Esaú (Gn 25.29-34). Mas Deus operou de forma contrária às expectativas culturais e ao favoritismo de Isaque (Gn 37.4). O Senhor já havia abençoado o mais novo; Jacó.

Gênesis 27.4 Isaque desejava celebrar a sua bênção a Esaú comendo um guisado saboroso (Gn 27.30). A expressão minha alma — em para que minha alma te abençoe, antes que morra — substitui o pronome eu. É provável que o anseio do pai de abençoar Esaú tenha feito com que Isaque ignorasse, por certo tempo, o acordo entre seus dois filhos, segundo o qual Esaú vendeu o direito à primogenitura a Jacó, seu irmão mais novo (Gn 25.29-34). Porém, as palavras de Esaú a seu pai no versículo 36 — abençoa-me também a mim, meu pai — sugerem que o patriarca soube posteriormente do ocorrido. Talvez Isaque desejasse que a perda dos direitos de primogênito de seu filho fosse abrandada pelo poder das palavras de uma grande bênção. Mas, como se pode observar no versículo em análise, Jacó ficou com a primogenitura e com a principal bênção paterna.

Gênesis 27.5 A mãe agiu com o intuito de favorecer um dos filhos, neste caso, Jacó. A falta de comunicação e de concordância entre os pais é um dos fatores que contribuem para o que chamamos hoje de família disfuncional.

Gênesis 27.6, 7 Falou Rebeca a Jacó, seu filho. Rebeca tinha dois filhos, mas o pronome usado aqui (seu) indica a relação especial dela com Jacó.

Gênesis 27.8-10 Filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te mando. Rebeca queria evitar que a bênção que seu marido planejava dar a Esaú fosse recebida por este. Aqui, Rebeca parece manipuladora e desonesta, mesmo sabendo que seu filho mais novo, Jacó, teria precedência sobre o mais velho, pois Deus já falara a ela sobre isso (Gn 25.23).

Gênesis 27.11, 12Gênesis Jacó queria saber como ele se faria passar pelo irmão, pois Esaú era cabeludo desde que nascera (Gn 25.25). Ao dizer me apalpará o meu pai, e serei, a seus olhos, enganador, Jacó demonstra que temia ser descoberto pelo pai; no entanto, não menciona em momento algum que a sua atitude era errada.

Gênesis 27.13-20 E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito. Jacó mentiu para receber a bênção principal (espiritual) invocada por Isaque. Isso indica o quão longe Jacó era capaz de ir para atingir seus objetivos.

Gênesis 27.21-27 Ora, chega-te e beija-me, filho meu. Isaque teve de apalpar Jacó (v. 21,22), ouvi-lo (v. 22), questioná-lo (v. 24), beijá-lo e cheirá-lo (v. 26,27) para confirmar sua identidade e, finalmente, acreditar nas mentiras que o filho contava. Para cada uma das mentiras que Jacó falava, era preciso outra para encobrir a anterior e conferir veracidade ao discurso.

Gênesis 27.27-29 Ironicamente, Isaque começou a sua bênção descrevendo o cheiro rústico das vestimentas de seu filho, sinal de que Jacó conseguira enganá-lo trajando as roupas de Esaú. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti. Isaque predisse que os descendentes de Jacó obteriam supremacia sobre todos os povos. Jesus, como o Rei dos reis e descendente de Jacó, cumpriu essa predição (1 Tm 6.14-16). Sê senhor de teus irmãos. O termo em hebraico gebir, traduzido como senhor (também aparece no v. 37), está relacionado ao significado da palavra herói (Js 1.2; Is 9.6) e descreve aquele que é valente e corajoso. Quando mencionou de teus irmãos, Isaque tinha a intenção de que Jacó se curvasse diante de Esaú. Mas, por causa do engano, Isaque abençoou Jacó em vez de Esaú. Inconscientemente, o patriarca o fez usando as palavras pronunciadas pelo Senhor a Abrão (Gn 12.3), malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem. Como resultado dessa bênção, Jacó se tornou o herdeiro da aliança eterna entre os descendentes de Abraão e o Senhor.

Gênesis 27.33 Profundamente abalado, Isaque se deu conta de que fora enganado por Jacó. Mesmo assim, disse a Esaú que Jacó também seria bendito, visto que, na cultura daquela época, os compromissos estabelecidos e as palavras pronunciadas não podiam ser revogados, como acontece hoje. A bênção de Isaque era muito poderosa, pois estava respaldada na promessa do Senhor (v. 27- 29). Por isso, não poderia ser retirada.

Gênesis 27.34 Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai. São visíveis o sofrimento intenso e o desespero de Esaú. Por ser o filho amado de Isaque, certamente este o abençoaria também. Contudo, a bênção principal fora dispensada a Jacó.

Gênesis 27.35 Jacó apropriou-se da bênção destinada a Esaú, utilizando meios ardilosos. Neste diálogo entre Esaú e seu pai, este descobre o engodo e conta ao filho como isso aconteceu, dizendo: veio o teu irmão com sutileza e tomou a tua bênção. Em Gênesis 29.25, constatam os que, tempos depois, Jacó estaria sujeito aos mesmos sentimentos que Esaú ao ser enganado por seu tio Labão.

Gênesis 27.36-38 Então, disse ele [Esaú]: Não foi o seu nome justamente chamado Jacó? Neste momento, Esaú alude ao significado do nome Jacó, aquele que agarra o calcanhar, para insinuar que este, mais uma vez, teria feito jus ao nome que recebera, tomando a bênção do verdadeiro primogênito. Esaú provavelmente esperava superar a perda do seu direito à primogenitura (Gn 25.29- 34) por meio da bênção poderosa de Isaque. Mas, usando de astúcia, Jacó conseguiu obter também a bênção que Esaú receberia de seu pai, que era irrevogável (v. 37). Totalmente angustiado, Esaú insistiu com Isaque para este o abençoar, repetindo nos versículos 36 e 38 a seguinte pergunta: tens uma só bênção, meu pai?

Gênesis 27.39 A bênção proferida a Esaú teve muito menos intensidade do que a proferida a Jacó (para ler acerca da bênção reservada a Ismael, veja Gn 16.11,12).

Gênesis 27.40 A bênção a Esaú afirmava que ele serviria a seu irmão. Contudo, por fim, ele se libertaria desse jugo.

Gênesis 27.41 Os sentimentos de Esaú agora eram transparentes. Ele passou a odiar seu irmão. Assim, pensou num plano para matar Jacó, fato que se assemelha à passagem do assassinato de um irmão pelo outro em Gênesis 4.

Gênesis 27.42-45 Aparentemente, Esaú revelou sua decisão perversa a alguém. De novo, Rebeca interferiu em favor de seu filho preferido, Jacó, ordenando a este que fosse para a casa de Labão, tio dele, em Harã (cap. 24) Anos antes, em sua cidade, Labão servira de anfitrião ao servo de Abraão (Gn 24.29). Inicialmente, a intenção da matriarca era enviar seu filho por um curto período de tempo. Contudo, alguns dias se converteram em 20 anos (Gn 31.38, 41). Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia? A preocupação de Rebeca era ficar sem ambos os filhos se Esaú matasse Jacó: este morreria, e aquele, como Caim, seria exilado de seu povo. Infelizmente, ela morreu antes do retorno de Jacó (Gn 31.18; 35.27-29).

Gênesis 27.46 Se Jacó tomar mulher das filhas de Hete. Rebeca falou com Isaque a respeito da viagem de Jacó, reforçando sua preocupação com a escolha da futura esposa de seu filho mais novo. O casal já sentira o pesar do casamento de Esaú com as mulheres hititas (Gn 26.34,35). Além disso, Isaque encontrara Rebeca em Harã, o que significa que nesse lugar Jacó também poderia encontrar uma esposa que adorasse o Senhor, e não outros deuses.

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