Significado de Gênesis 12

Gênesis 12

Gênesis 12 marca uma mudança significativa na narrativa bíblica, pois apresenta a história de Abraão, o pai do povo israelita. Neste capítulo, Deus chama Abrão (mais tarde renomeado como Abraão) para deixar sua casa e viajar para uma terra que Deus lhe mostrará. Deus promete abençoar Abrão e torná-lo uma grande nação, e Abrão segue obedientemente a ordem de Deus.

A história da jornada de Abrão para uma nova terra é um poderoso lembrete da importância da fé e da obediência. Apesar da incerteza e dos riscos envolvidos, Abrão confiou em Deus e seguiu seu chamado. Esse ato de fé preparou o terreno para o plano de Deus de abençoar o mundo por meio do povo israelita.

A história do chamado de Abrão também serve como um lembrete da fidelidade e provisão de Deus. Apesar das dúvidas e temores de Abrão, Deus permaneceu fiel às suas promessas e o sustentou ao longo do caminho. Isso fornece encorajamento para os crentes hoje, enquanto navegamos pelas incertezas da vida e confiamos na fidelidade de Deus.

No geral, Gênesis 12 marca o início de um novo capítulo na narrativa bíblica, quando Deus começa a trabalhar por meio da linhagem de Abraão para abençoar o mundo. A história do chamado de Abrão fornece um poderoso exemplo de fé e obediência, bem como um lembrete da fidelidade e provisão de Deus. Ele prepara o cenário para o restante da narrativa bíblica, enquanto Deus trabalha por meio dos israelitas para realizar seu plano final de redenção para o mundo.

Comentário de Gênesis 12

Gênesis 12.1—15.21 Esta passagem bíblica começa com o chamado de Abrão e Sarai (Abraão e Sara) para se tornarem os pais de um novo povo por meio do qual Deus abençoaria todas as famílias da terra.

Gênesis 12.1 O nome Yahweh, traduzido como Senhor, não é explicado até Êxodo 3.14, 15. Mas os leitores de Gênesis devem saber que aquele Deus que falou com Abrão é o mesmo Yahweh que criou todas as coisas (Gn 2.4) e que mais tarde formaria a nação de Israel. Para um mundo que acreditava em muitos deuses, o nome do verdadeiro Deus vivo era bastante significativo. Assim, essa passagem começa com a revelação da palavra de Deus, a graça que irrompe de Yahweh, com a qual Ele soberanamente começa a agir na vida das pessoas necessitadas. Gênesis 1.3 registra Deus pronunciando as seguintes palavras: Haja luz. Gênesis 12.1 mostra Yahweh falando a Abrão com palavras de grande graça (compare com Gn 7.1; 8.15, as palavras de Yahweh para Noé). João 1.1 fala da encarnação do Verbo. Em toda a Bíblia a mensagem é a mesma: é Yahweh, o Senhor, que chega até as pessoas, revela-se e estende a Sua grande graça. Ora o Senhor disse... Deus fala. Ele fez uma promessa a Abrão em Ur (Gn 11.31). Agora, em Gênesis 12.1, quando o pai de Abrão estava morto e enterrado em Harã, Abrão foi chamado por Deus [para sair do meio de sua parentela e ir para o lugar que Ele lhe mostraria]. Abrão obedeceu, agindo em função dessas palavras do Senhor. O nome Abrão [hb. 'Abram] significa pai exaltado. Mais tarde, seu nome seria mudado para Abraão [hb. 'Abraham], cujo significado é pai de uma multidão. A ordem de Deus para Abrão foi: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai. Os versículos de 1 a 3 deste capítulo são poéticos, o que lhes confere uma maior notabilidade, sentido de solenidade e importância (ver Gn 14.19, 20; 16.11, 12; 25.23). Foram feitas três exigências a Abrão que demandaram grande obediência de Abrão e de Sarai. A terra representava a região onde ele cresceu e morava [os hábitos e costumes do seu povo]; a parentela, o seu clã [sua identidade familiar]; a casa de seu pai, os laços afetivos mais estreitos e sua responsabilidade de liderança, pois, após a morte de Terá, Abrão se tomou o líder do grupo familiar. Sendo assim, as ordens de Deus para este eram bastante difíceis, porque exigiam que Abrão deixasse sua terra, seu clã e sua família em um mundo onde tais coisas simplesmente não eram feitas dessa maneira. Na época, apenas as pessoas assoladas pela pobreza ou os exilados perambulavam de um lado para outro; somente os desterrados e os fugitivos abandonavam seu lugar de origem e vagueavam pelo mundo. Mas as palavras de Senhor para Abrão insistiam em que ele deixasse tudo e fosse para um lugar que Deus não mostraria até que Abrão lá chegasse.

Gênesis 12.2, 3 Há sete grandes elementos na promessa de Deus a Abrão nestes versículos. O primeiro elemento e o sétimo são os mais significantes do grupo. O número sete, mais uma vez, sugere completude e perfeição, como em Gênesis 2.2,3. Esta célebre passagem é um prólogo para o conjunto de passagens que juntas formam a aliança abraâmica (Gn 15.1-21), a irrevogável promessa de Deus. (í) E far-te-ei uma grande nação. O Senhor ordenou a Abrão que deixasse sua casa e sua família, prometendo suscitar dele uma grande nação (Gn 18.18). Estes descendentes de Abrão se tornariam o povo de Deus. Ele os nomearia como Seus representantes para ser luz para as outras nações (Dt 26.19). (2) E abençoar-te-ei. Deus prometeu abençoar Abrão. A bênção de Deus é o Seu “sorriso”, a ternura de Sua satisfação (Gn 1.22,28; 2.3; 9.1). A promessa do Senhor em dar a Sua bênção pessoal a Abrão e Sarai incluía os benefícios de uma vida longa e saudável (Gn 15.15; 24-1), bem como prosperidade e importância (Gn 13.2). (3) E engrandecerei o teu nome. Ter um nome vivo na memória das pessoas muito depois de sua existência física era realmente uma honra suprema (Gn 6.4). Aqueles que trouxeram vergonha seriam esquecidos (Gn 11.4). Maso nome Abraão é um dos mais honrados na (4) E tu serás uma bênção. A promessa é igualmente uma ordem. Isto é, Abrão estava sob desígnio divino para se tomar uma bênção para os outros. E assim ele honraria o que lhe foi dado toda vez que falasse sobre o Deus vivo diante dos povos e nações (v. 8). (5) E abençoarei os que te abençoarem. Os elementos cinco e seis estão relacionados entre si; juntos eles formam uma parelha de versos. (6) E amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. Deus abençoaria aqueles que abençoassem Abrão e seus descendentes, e amaldiçoaria aqueles que amaldiçoassem Abrão. (7) E em ti serão benditas todas as famílias da terra. A final e mais significante das promessas do Senhor a Abrão e aos descendentes deste foi que todos os povos da terra seriam abençoados por meio dos que descendiam de Abrão.

Gênesis 12.4 Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito. Tendo a magnífica promessa de Deus como única motivação, Abrão partiu. Ele obedeceu ao Senhor (Gn 17.23; 22.3). Em sua obediência, Abrão comportou-se da mesma forma que Noé se comportara: demonstrando uma genuína fé e honradez (Gn 6.22; 7-5). E foi Ló com ele. Ló partiu com o tio. Algumas pessoas acham que Abrão desobedeceu a Deus no momento em que levou seu sobrinho com ele em sua jornada. Entretanto, esses versículos sugerem que foi Ló quem tomou esta decisão de ir com Abrão. E era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. Na Bíblia, raramente é mencionada a idade das pessoas quando algum evento ocorre, mas com Abrão isso ocorre diversas vezes. Como veremos, isso comprova a poderosa obra de Deus na vida desse homem cuja idade já era bastante avançada quando foi chamado pelo Senhor.

Gênesis 12.5 Esta é a primeira menção na Bíblia de Canaã como a terra. A região era habitada por pessoas que estavam envolvidas com idolatrias (Gn 15.16). Deus prometeu esta terra a Abrão e Sara e a seus descendentes.

Gênesis 12.6 E passou Abrão por aquela terra. O verbo passar aqui se assemelha à palavra ‘ibriy [pessoa de além de], hebreu (Gn 14.13). Aqui, o hebreu Abraão estava passando por aquela terra, atravessando o seu destino. Até ao lugar de Siquém. Essa cidade é antiga; ficava na parte central de Canaã. Mais tarde, sob a liderança de Josué, as pessoas comemorariam ali a aliança com Deus (Js 24.1). Até ao carvalho de Moré. Essa antiga e grande árvore de carvalho serviria como um permanente marco para as futuras gerações (Gn 13.18; 18.1; 23.17). O termo Moré significa professor. Está relacionado à palavra torah, que significa instrução. Aqui Abraão começa simbolicamente a tomar posse da terra que, um dia, seria o território do grande Mestre, Jesus, e de Sua instrução. E estavam, então, os cananeus na terra. A terra já estava ocupada pelos cananeus (Gn 13.7), mas Deus havia prometido que a entregaria aos descendentes de Abraão.

Gênesis 12.7 E apareceu o Senhor a Abrão. Esta foi a primeira vez que Deus apareceu (uma possível teofania, manifestação divina visível) a Abrão na terra de Canaã, mas certamente não foi a última (Gn 13.14-17). E disse: À tua semente darei esta terra. A terra de Canaã era um presente aos descendentes de Abrão. Toda a terra pertence a Deus (Sl 24-1). Ele pode fazer o que quiser. As pessoas de Canaã perderam o direito de ocupar tal lugar devido à sua terrível perversidade (Gn 15.16). Sendo assim, Deus declarou que aquela terra se tomaria a terra de Israel (Gn 15.18-21; 17.6-8). Esse versículo faz parte da aliança abraâmica (Gn 15.1-21). Abraão mencionou o episódio a seu servo muitos anos depois (Gn 24-7).

Gênesis 12.8 Mais tarde, no tempo de Jacó, Betei teria um importante papel na história (Gn 28.10-22). Ai significa ruína. O termo sugere as ruínas de uma antiga cidade. Abrão respondeu à aparição de Deus edificando um altar dedicado ao Senhor e invocando o Seu nome (ver Gn 4.26; 21.33; 26.25). Provavelmente, essa invocação do nome do Senhor não era uma oração pessoal, mas um clamor ou uma proclamação pública. Abrão, de certa forma, estava falando a outros a respeito do Senhor e sendo uma bênção para todas as nações, como Ele lhe ordenara (Gn 12.22).

Gênesis 12.9 Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul. Abrão caminhou em direção ao Neguebe, em hebraico Neqeb, caverna (Gn 13.1; 24.62). A população de Canaã, que já estava estabelecida no lugar com seus rebanhos, impediu que Abrão achasse um local para pastoreio. Ele continuou em direção ao sul, até que conseguisse encontrar um espaço para seu grupo.

Gênesis 12.10 Algum tempo depois da chegada de Abrão a Canaã, a fome forçou-o a deixar a terra. A miséria pode estabelecer-se em um lugar por forças da natureza ou por causa de guerras que interrompem a lavoura e a criação de animais (Gn 26.1; Rt 1.1). E desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali. As Escrituras não nos dizem se Abrão queria sair de lá ou não, apenas que teve de fazê-lo por causa da fome.

Gênesis 12.11 E aconteceu que, chegando ele para entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista. Raramente na Bíblia vemos menção da aparência física de uma pessoa. Só por motivos especiais, como no caso da descrição de José, em Gênesis 39.6, e a de Davi, em 1 Samuel 16.12. A referência à beleza de Sarai pode ser comparada à descrição da aparência física de Rebeca (Gn 24.16) e de Raquel (Gn 29.17). A beleza física de Sarai era notável dada sua idade avançada (cerca de 65 anos). Sarai era aproximadamente dez anos mais nova que Abrão (Gn 12.4; 17.17).

Gênesis 12.12 O ponto principal aqui é que Abrão e seu séquito não poderiam entrar no Egito secretamente. Eles eram muitos, carregando posses e rebanhos. Os egípcios provavelmente os notariam, e Abrão sabia que a beleza de Sarai também não passaria despercebida.

Gênesis 12.13, 14 Dize, peço-te, que és minha irmã. Sarai, de fato, era a meia-irmã de Abrão, filha do mesmo pai, mas não da mesma mãe (Gn 20.12).

Gênesis 12.15 Elogiá-lo. Uma forma de elogio (muito parecido com Salmos 113.l) à de Faraó: estratégia de Abrão para tentar escapar.

Gênesis 12.16 Por causa de Sarai, Abrão foi beneficiado pelo faraó. Abrão recebeu ovelhas, e vacas, e jumentos, e servos, e servas, e jumentas, e camelos. Em contrapartida, correu o risco de perder sua esposa. Alguns estudiosos críticos costumavam usar o argumento de que os camelos ainda não eram domesticados naquela época; eles consideravam o uso do termo camelos um erro. Entretanto, hoje é sabido que os camelos já tinham sido domesticados naquele tempo, embora os domados fossem bastante raros. Eles representavam uma grande riqueza. Ter camelos naquele período era como possuir caras limusines hoje em dia.

Gênesis 12.17 Feriu, porém, o Senhor a Faraó com grandes pragas e a sua casa, por causa de Sarai, mulher de Abrão. Esta é a primeira manifestação do cumprimento da promessa feita por Deus a Abraão de amaldiçoar os que o amaldiçoassem e de abençoar os que o abençoassem (Gn 12.2,3).

Gênesis 12.18-20 Em sua indignação, o faraó dispensou Abrão e Sarai. Deus protegeu o casal por causa do seu importante papel na história da salvação.

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