Interpretação de Isaías 37

Isaías 37

37:1. Ezequias rasgou as suas vestes em sinal da mais profunda humilhação e desespero: Ele sabia muito bem até que ponto era responsável pelo terrível golpe que fora desferido contra o seu reino. Ele ignorara as advertências divinas (cons. Is. 30; 31) e assinara a desastrosa aliança com o Egito. Agora só podia retroceder em penitência junto ao profeta cujas advertências tinha ignorado.

37:3. Porque filhos são chegados à hora de nascer. A situação de Judá assemelha-se ao impasse desesperado de uma criancinha que se aloja na abertura do ventre e não consegue passar. A morte ameaça tanto a mãe como a criança.

37:6, 7. A primeira resposta de Deus ao desafio de Senaqueribe foi o de predizer que: a) um rumor de ataque inimigo faria Senaqueribe interromper o cerco; b) ele retornaria à Assíria. sem renovar o cerco; c) ele seria assassinado lá.

37:8. Libna ficava a menos de 16 quilômetros ao norte de Láquis e exatamente abaixo da fronteira de Dã.

37:9. Tiraca não era rei nessa ocasião, mas sim Sabaca. Portanto, Tiraca devia ser o comandante-em-chefe das forças expedicionárias do Egito em 701 A. C. Seu reinado como rei do Egito não começou antes de 688 A.C. (Ou talvez este Tiraca fosse de uma geração anterior à daquele que veio a ser rei, uma vez que algumas inscrições indicam que o último teria sido apenas uma criança nessa ocasião.)

37:12 Gozã era em Padã-Arã, cerca de 288 quilômetros a oeste de Nínive. Harã ficava ainda mais a oeste, cerca de 112 quilômetros. Embora Rezefe e Telessar ficassem na região da Mesopotâmia do norte, sua localização não é certa. As cidades citadas em 37:13 ficavam todas na Síria, ao norte de Damasco.

37:15 Tão profunda era a preocupação do rei e a sua tristeza diante do insulto feito ao Senhor Deus que ele dispensou qualquer mediação profética e foi diretamente a Deus.

37:16 Que estás entronizado acima (E.R.A.) e não que habitas entre (E.R.C.). Isto é, os querubins do propiciatório da arca da aliança no Templo.

37:19 Sob as aparentemente desesperadas circunstâncias que Ezequias enfrentava, esta declaração direta da divindade única de Jeová e da não existência dos deuses dos pagãos comprovou uma fé resoluta.

37:20 Ele fundamentou o seu pedido sobre a necessidade de vindicação da glória de Deus, não sobre suas próprias necessidades pessoais ou as de seu povo (pois ele compreendeu que não tinham direito nenhum ao favor divino).

37:21-29 A segunda resposta de Deus, dirigida a Senaqueribe pessoalmente desta vez, como também a Ezequias.

37:23 Muito significativo é o titulo o Santo de Israel, pois era a esta altura que Jeová ia demonstrar Sua imensurável superioridade sobre suas criaturas, e Seu compromisso pessoa para com Israel, Sua possessão preciosa.

37:24 Os cedros e ciprestes do Líbano eram madeiras de primeira escolha para os madeireiros cortarem. Os assírios julgavam derrubar as maiores nações, incluindo o povo que Deus escolhera de maneira especial.

37:26 Como era fátua o orgulho da Assíria, pois seus exércitos foram vitoriosos até então apenas pela ordenação do próprio Deus que ela desafiara.

37:29 Deus humilharia a Assíria tratando-a como besta fera subjugada por meio de ganchos (especialmente usados para subjugar touros) e freios, e competindo-a a voltar para casa sem a realização dos seus objetivos.

37:30-32 O Senhor designara um sinal confirmatório da autoridade divina além desta garantia: Os judeus ficariam livres para retomar aos seus campos arruinados e colher livremente os renovos; isto é, os cereais que brotariam dos grãos caídos na colheita anterior (tendo a invasão durado portanto até muito além do outono). No ano seguinte eles também ficariam grandemente dependentes do crescimento espontâneo, uma vez que suas casas, equipamentos e gado teriam de ser reparados e substituídos. No outro ano eles se ocupariam de sementeiras, araduras e colheitas, pois os saqueadores assírios não voltariam mais. (Isto, certamente, é o cumprimento para o qual este "sinal" aponta, e não para a mais imediata destruição do exército de Senaqueribe.)

37:31, 32 Deus assegurou que os refugiados presos por trás das muralhas de Jerusalém se espalhariam e estabeleceriam suas cidades e vilas (durante os 113 anos de intervalo antes da queda de Jerusalém para os caldeus).

37:33 Depois de se retirar para ir ao encontro dos egípcios em Elteque, Senaqueribe não retornaria para recomeçar o cerco, mas voltaria depressa para casa pelo caminho mais curto.

37:35 A base do livramento divino para Jerusalém não era o mérito daquela geração mas antes suas promessas feitas na aliança a Davi antigamente.

37:36 A suposição costumeira é que o Senhor usou um súbito irrompimento de peste bubônica transmitida por ratos para provocar essa mortandade. Heródoto registra uma tradição que fala de uma praga de ratos silvestres que roeram todas as cordas dos arcos dos assírios durante a campanha egípcia.

37:38 Este assassinato parece ter acontecido vinte anos mais tarde, em 681 A.C. A ortografia assíria desses nomes era Adamiki e Shar-usur (cujo crime está mencionado em inscrições de Esaradom e Assurbanipal). O nome do ídolo ainda não foi identificado nos registros assírios, anão ser que Nisroque seja uma variante de Nusku. (Schrader explica-o como particípio de saraku, significando "O Despenseiro" ou "O Benévolo". Este talvez fosse o título de alguma divindade muito conhecida.) A terra de Ararate era a Armênia central. A tradição armênia conta que esses parricidas viveram e instituíram influentes dinastias naquela terra.

Índice: Isaías 1 Isaías 2 Isaías 3 Isaías 4 Isaías 5 Isaías 6 Isaías 7 Isaías 8 Isaías 9 Isaías 10 Isaías 11 Isaías 12 Isaías 13 e 14 Isaías 15, 16 e 17 Isaías 18, 19 e 20 Isaías 21 e 22 Isaías 23 Isaías 24 e 25 Isaías 26 Isaías 27 e 28 Isaías 29 Isaías 30 Isaías 31 e 32 Isaías 33 Isaías 34 e 35 Isaías 36 Isaías 37 Isaías 38 Isaías 39 Isaías 40 Isaías 41 Isaías 42 e 43 Isaías 44 Isaías 45 Isaías 49-50 Isaías 51 Isaías 52 Isaías 53 Isaías 54-55 Isaías 56-57 Isaías 58-59 Isaías 60-61 Isaías 62-63-64 Isaías 65-66