Explicação de Jeremias 15

Jeremias 15

Jeremias 15 retrata a luta pessoal do profeta e seu diálogo com Deus. O capítulo começa com Jeremias lamentando seu próprio sofrimento e questionando por que enfrentou tantas adversidades. Deus responde lembrando Jeremias da sua missão e da oposição que enfrentará. O capítulo enfatiza as consequências do pecado do povo e o julgamento de Deus sobre ele. Também fala da proteção de Deus para Jeremias e assegura-lhe a Sua presença. Jeremias 15 transmite uma mensagem dos desafios do ministério profético e da necessidade de perseverança face às dificuldades. Destaca a realidade do sofrimento por causa do chamado de Deus e da garantia da fidelidade de Deus em meio às provações.

Explicação

15:1–4 A intercessão pelo povo é inútil; estão destinados à morte, à espada, à fome e ao cativeiro. Mesmo os principais intercessores como Moisés e Samuel não puderam impedir o julgamento. Manassés foi a causa; ele havia promovido formas grosseiras de idolatria em Jerusalém, incluindo a adoração de Moloque (ver 2 Reis 21:1–16).

15:5–9 A condição lamentável de Jerusalém é o resultado do fracasso em responder à correção do Senhor. Uma mulher com uma família ideal não viveria para desfrutar de seus filhos.

15:10–18 Jeremias é odiado por seu próprio povo sem motivo, mas Deus promete que ele será justificado quando seus adversários recorrerem a ele em busca de ajuda. Judá não poderá quebrar o ferro do norte (os caldeus). Em vez disso, este último levará os tesouros de Judá. O profeta está intrigado com sua perseguição e sofrimento, especialmente quando ele foi tão fiel ao Senhor. No entanto, ele encontra seu recurso na palavra de Deus, a alegria e a alegria do seu coração.

15:19-21 A resposta de Deus é que o profeta tem nutrido pensamentos errados sobre Ele, e tem dado expressão a esses pensamentos indignos de tempos em tempos. Eles devem ser purgados, como se remove a escória vil do metal precioso. Seus adversários podem retornar a ele, mas ele não deve retornar a eles. G. Campbell Morgan comenta:
Que ele purifique seu coração de tal escória e se dedique apenas ao ouro da verdade sobre Deus. Assim e somente assim ele estaria preparado para ser como a boca de Deus ao proferir Suas mensagens.
(G. Campbell Morgan, Searchlights from the Word, p. 243.)
Deus fará do profeta uma muralha de bronze fortificada que seus opressores não poderão derrubar. Ele livrará e redimirá Seu servo.

Notas Adicionais:

15.1 Moisés e Samuel. Repetidas vezes salvaram os israelitas da destruição (Êx 17.11; 32.11ss; Nm 14.13; 1 Sm 7.9ss; Sl 99.6). Nem mesmo eles poderiam ajudar o povo nesta ocasião.

15.2 Visto que Jeová rejeitava a intercessão em favor deles, o único lugar para onde podiam ir era a destruição já marcada. Vê-se a soberania divina em determinar a sorte de cada um.

15.4 Manassés. Havia se arrependido e fora perdoado, mas as consequências de seu pecado perseguiam o povo, já que seu reinado de 55 anos (696-641 a.C.) foi uma orgia idólatra para toda a nação (2 Rs 21.1-18).

15.5 Essas perguntas são um sinal de que os antigos amigos e vizinhos ficariam completamente despreocupados, não se dando nem mesmo ao trabalho de procurar notícias sobre seu bem-estar.

15.6 Compaixão (no heb, nacham). Essa palavra é traduzida noutros lugares por ”arrepender-se, ter pesar, retirar um castigo”. Jeová já não mais se comprazia em deixar de castigar Seu povo da forma devida.

15.7 Pá. Um garfo de madeira dom cerca de 2 m de comprimento, com cinco ou seis dentes, seguros com couro fresco. O couro ao secar, encolhe, formando um feixe apertado. Portas da terra. Fronteiras de uma nação, local de entrada e saída do país. Desfilhei. O que também pode ser traduzido por “despojei”, ou como “estou desolado, pois destruí meu povo”.

15.8 Meio-dia Tempo inesperado, visto que às doze horas não era o tempo costumeiramente usado para iniciar-se uma batalha, devido ao calor do dia. Jovens. Guerreiros.

15.9 Mães com muitos filhos perdê-los-iam na batalha. Sol. O brilho do seu lar obscurecido durante o dia.

15.10 Jeremias era detestado por causa das suas profecias sobre desastres nacionais. Nenhum outro profeta revela tão claramente a angústia que sentia em pronunciar o castigo divino contra seu povo.

15.12 Poderia alguma coisa ser usada para resistir ao poder dos caldeus o “colosso do Norte?”.

15.15 Jeremias tinha a certeza de que os babilônios levaram o povo para o cativeiro.

15.16 A vocação do servo de Deus é deixar Sua palavra ser a fonte vital que determina suas atividades e seus pensamentos.

15.18 Ilusório ribeiro. Muitos riachos na Palestina estão carregados de água durante o inverno, mas ficam secos durante o verão (Jó 5.15-20). É uma parábola sobre a traição de uma caravana no deserto que perece ao chegar ao leito de um rio, que a salvaria, porém o mesmo encontra-se vazio (Jó 6.15-20).

15.19 Serás a minha boca. Seguir o bem, evitar o mal, ater-se à palavra de Deus, rejeitando as vãs filosofias humanas, tanto na doutrina como no comportamento, leva a pessoa a pensar e falar conforme a vontade divina, tendo firmeza em meio às forças do mundo, tendo, enfim a mente de Cristo (Fp 2.5; 1 Co 2.16).

15.21 Violentos. Chefes em Jerusalém, provavelmente Jeoaquim e seus conselheiros.

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