Jesus Cumpriu as Escrituras de Israel

Jesus Cumpriu as Escrituras de Israel
de F. Thielman (2005).



Jesus Cumpriu as Escrituras de Israel
Um dos mais importantes temas teológicos de Mateus é a correspondência da vida e do ensino de Jesus com diversas declarações das Escrituras judaicas tomadas por Mateus como predições sobre o Messias. Quinze vezes, Mateus diz que algum aspecto da vida de Jesus “cumpriu” as Escrituras.

1. O nascimento virginal (1.22,23; cf. Is 7.14, LXX);
2. O nascimento em Belém (2.3-6; cf. Mq 5.2);[1]
3. A mudança com sua família do Egito para Israel (2.14,15; cf. Os 11.1);
4. O assassinato das crianças de dois anos para baixo, ordenado por Herodes, em Belém como tentativa de matar Jesus (2.16-18; cf. Jr 31.15);
5. A família ter escolhido Nazaré, na Galileia, e não a Judeia como lugar para morar (2.23);
6. Sua decisão de viver em Cafarnaum, ao lado do mar da Galileia (4.13-16; cf. Is 9.1,2);
7. Seu ensino (5.17);
8. Seu ministério de cura (8.16,17; cf. Is 53.4);
9. O silêncio imposto às pessoas curadas por ele (12.17; cf. Is 42.1-4);
10. O uso de parábolas para obscurecer seu ensino para os que o rejeitavam (13.13,14; cf. Is 6.9-10);
11.0 uso de parábolas no ensino de forma geral (13.34,35; cf. SI 78.2);
12. A decisão de montar em uma jumenta, acompanhada de seu filhote, para entrar em Jerusalém (21.4-7; cf. Is 62.11; Zc 9.9);
13. A recusa de convocar o exército celestial para salvá-lo ao ser preso (26.53,54);
14. O ato da prisão (26.55,56);
15. A aquisição do “campo do oleiro” com as trinta moedas de prata de Judas (27.6-10; cf. Jr 18.2-6; 19.1,2,4,6,11; 32.6-15; Zc 11.13).

Dez dessas referências são introduzidas por citações praticamente iguais: “para cumprir o que fora dito pelo profeta”.[2] Mateus teve muita dificuldade para incorporar esse material em seu evangelho. Ele inseriu quatro dessas “citações de fórmula” em passagens retiradas do evangelho de Marcos, e oito de suas citações não aparecem em nenhum outro lugar do NT.[3]

As citações de fórmula mostram que a vida e o ministério de Jesus, da concepção à morte, encaixam-se nas expectativas dos profetas de Israel a respeito da restauração escatológica da nação.[4] O fato de Jesus ter nascido de uma virgem é o cumprimento final do sinal que, de acordo com Isaías, Deus daria a Acaz (n°. 1). O nascimento de Jesus em Belém mostra que ele é o rei davídico, profetizado por Miquéias que traria segurança e paz para Israel (n°. 2). A matança das crianças de Belém, promovida por Herodes, estabelece a cena para a restauração de Israel prometida por Jeremias (n°. 4). A decisão de Jesus de se estabelecer junto ao mar da Galileia o apresenta cumprindo a expectativa de Isaías a respeito de um “Maravilhoso Conselheiro” que reinaria no trono de Davi (n°. 6). A disposição de Jesus de curar os doentes e de silenciá-los mostra que ele é o Servo Sofredor descrito por Isaías (n°. 9 e 10). O modo como ele entrou em Jerusalém durante a última semana de vida prova que ele é o rei messiânico esperado por Zacarias, e que, dessa forma, precederia a era da restauração de Israel há muito esperada por Isaías (n°. 12).

Mateus também desejava que seus leitores entendessem que o ensino de Jesus cumpriu a lei mosaica. Essa é a ideia principal de 5.17-20 — passagem cuja importância é assinalada por sua localização próxima do início do primeiro grande bloco de ensinamentos de Jesus, o Sermão do Monte. Esse posicionamento aponta para o leitor que em 5.17-20 estão as lentes através das quais pelo menos a passagem de 5.21-48 deve ser lida. Jesus diz:

Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra. Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus. Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus.

Alguns intérpretes descrevem esse parágrafo como evidência de que Mateus era um legalista preso ao judaísmo, e cuja comunidade cristã funcionava como uma seita judaica. O Jesus de Mateus, conforme dizem, não pôs de lado a lei mosaica, e mesmo os gentios que desejavam unir-se à igreja de Mateus deveriam ser circuncidados e seguir as leis alimentares dos judeus. Segundo essa interpretação, o evangelho de Mateus expressa o conceito judaizante contra o qual Paulo se opôs na carta aos Gálatas — Jesus é o Messias judeu, e os gentios que desejarem segui-lo devem, em primeiro lugar, tornar-se judeus submetendo-se à Torá.[5]

Entretanto, esse entendimento da passagem não é o mais apropriado por duas razões.[6] Primeira, ele não reconhece o fato de Jesus ilustrar seu ensinamento por meio dessas palavras nos parágrafos seguintes (5.21-48), ele contrasta o seu ensino com o que fora instruído “aos antepassados” (5.21,33), aos ouvintes de Moisés: “Não matarás”, “não adulterarás” e “olho por olho e dente por dente”.[7] Em outras palavras, há um elemento inequívoco de descontinuidade entre o ensino ético de Jesus e o ensino ético encapsulado na lei mosaica.

Segunda, em todas as outras passagens do evangelho de Mateus, Jesus coloca de lado os elementos da lei mosaica. Em vez de concordar com a proibição de todos os tipos de trabalho no sábado, como a lei estipula, Jesus afirma sua autoridade sobre o sábado, como Filho do homem — maior que o templo —, e declara: “é permitido fazer o bem no sábado” (12.6,8,12).[8] De forma similar, ainda que Mateus omita a declaração explícita de Marcos: “Jesus declarou ‘puros’ todos os alimentos” (Mc 7.19) e se concentre na discussão sobre a lavagem das mãos (15.20), as implicações da declaração de Jesus sobre os alimento são tão claras em Mateus quanto em Marcos:

Não percebem que o que entra pela boca vai para o estômago é expelido? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem “impuro”. (15.17,18; cf. Mc 7.18-20)[9]

Também na questão do divórcio, Jesus não poderia ter sido mais claro: Moisés permitiu o divórcio e o novo casamento (Dt 24.1, 3) mas Jesus não o permite, com exceção da infidelidade sexual (5.31,32; 19.3-12). Jesus não apoia o posicionamento estrito de Shammai, em vez da posição leniente de Hillel a respeito da interpretação de Moisés nesse ponto.[10] Ele faz algo que os debatedores dessas duas escolas jamais pensaram em fazer: seu ensino com o de Moisés ao invocar as intenções de Deus quando criou a instituição do casamento.

Portanto, o conceito de que o evangelho de Mateus ensina a fidelidade estrita à lei de Moisés, é errôneo. O primeiro evangelho ensina a fidelidade às palavras de Jesus, algo que pode ser feito até pelos gentios (28.20) porque Jesus ab-rogou as leis alimentares e nunca reafirmou a necessidade da circuncisão.[11]

Qual é então o significado de Mateus quando diz que os discípulos de Jesus não podem ser relapsos em relação ao menor dos mandamentos da lei, mas sim ensiná-los (5:19)? A resposta para essa pergunta é encontrada em 5.17, em que Jesus disse: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir”. Aqui Mateus une a lei aos profetas e usa o termo especial “cumprir” (plêroô) para descrever o que Jesus faz com a lei e os profetas.[12] Vimos que Jesus “cumpre” os Profetas ao realizar suas expectativas a respeito do Messias que traria a restauração escatológica do povo de Deus. E possível que Mateus tenha considerado também, de alguma forma, o ensino de Jesus como cumprimento escatológico da lei? Pelo fato de Mateus ter afirmado que a Lei profetizara (11.13), parece lógico ser precisamente esse seu entendimento da relação entre o ensino de Jesus e a lei mosaica. A lei mosaica estava incompleta, e Jesus a conduziu ao cumprimento escatológico.[13]

Como ele fez isso? Mateus parece ter entendido o ensino de Jesus como conclusão das tendências latentes na lei mosaica. Ela provia uma legislação para o funcionamento de uma sociedade que inevitavelmente incluiria pessoas indiferentes aos impulsos humanos subjacentes à lei. Nesse caso, a lei não poderia julgar o estado do coração da pessoa. Por isso, o assassinato poderia ser proibido como forma de redução do número de pessoas mortas por outros seres humanos, porém não constituiria testemunho nem evidência da fúria latente, originadora do assassinato, e, portanto, essa emoção interior não poderia ser julgada pelos tribunais. Determinados atos de adultério poderiam ser proibidos como forma de evitar que maridos abusassem das mulheres, porém o abandono emocional existente no cerne desses atos adúlteros é conhecido apenas por Deus e pelos culpados. As motivações pecaminosas suscitadoras do assassinato e do adultério encontram-se fora do alcance das evidências exigidas pelos tribunais.

No próprio povo de Israel, as regras estabelecidas deveriam impor algumas restrições a situações imperfeitas. O divórcio era inevitável, por isso a mulher vitimada por ele poderia, pelo menos, receber um documento indicando sua condição de descasada para poder tentar uma nova união matrimonial. A violência era inevitável, por isso a retribuição pelos ferimentos infligidos deveria ser limitada a nada mais danoso que as machucaduras da vítima — um olho (não mais) por um olho; um dente (e nada mais) por um dente. A “Lei do Senhor” era “perfeita” para essas situações imperfeitas em uma teocracia que englobava piedosos e pessoas de coração corrompido.

Por sua vez, Mateus acreditava que Jesus estava reunindo um novo povo puro de coração (5.8). Para esse povo o fundamento humano que subjazia à lei mosaica poderia ser trazido à tona e a lei chegaria ao seu objetivo. Na circunstância divisada por Jesus, o único tribunal será o juízo escatológico de Deus, e a pena capital não será a morte física, mas o inferno (5.22,29,30). As evidências apresentadas nesse tribunal não serão exteriores, violações físicas de estatutos normatizadores da sociedade, mas as intenções do coração (5.22,28; cf. 6.21; 12.34; 13.15; 15.8,18; 19.8).

Pelo fato de Jesus não ter definido o povo novo como entidade política, o único padrão definidor será a norma divina. Não se devem evitar apenas os assassinatos, mas também a fúria que o produz (5.21,22). Tampouco se condenará só o adultério, mas o desejo que conduz a ele (5.27-30). O casamento deve ser a institucionalização dos laços permanentes entre duas pessoas que se tornarão uma só carne mediante o relacionamento sexual. Os laços do matrimônio só podem ser desfeitos se um dos cônjuges for sexualmente infiel (19.3-9; cf. 5.31,32). Os discípulos de Jesus devem não apenas limitar a vingança a um nível razoável contra os que lhe fazem mal, mas devem, em vez disso, não usar de violência contra seus inimigos (5.38-42).

Nesse sentido, portanto, Jesus cumpriu a lei e nenhuma parte dela desapareceu do seu ensino. A lei mosaica legislava sobre o amor por Deus e pelo próximo sob a perspectiva menos que perfeita de uma teocracia. Com a vinda de Jesus, a lei de Deus pode ser reduzida aos princípios fundamentais desde o momento em que os discípulos de Jesus foram chamados para ser “perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (5.48). Gregório de Nissa capturou esse elemento do Sermão do Monte ao escrever:

É possível dividir a impiedade sob dois tópicos: obras e pensamentos. O primeiro, a iniquidade evidenciada pelas obras, é punida por ele [Deus] mediante a antiga lei. Todavia, agora ele outorgou a lei sobre a outra forma de pecado, que não se concentra na punição do ato maligno, mas previne seu princípio ativo.[14]

Em suma, Mateus demonstrou em seu evangelho que Jesus cumpriu “a Lei e os Profetas”. Diversos aspectos de sua vida e ministério, da concepção à morte, cumpriram as expectativas dos profetas concernentes ao Rei Messiânico e ao Servo Sofredor, que promoveria a restauração escatológica do povo de Deus. De forma semelhante, seu ensino ético elevou ao ponto máximo as tendências éticas da lei mosaica para o recém-constituído novo povo de Deus.


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FONTE: Theology of the New Testament: A Canonical and Synthetic Approach (p. 85). Grand Rapids, MI: Zondervan.





[1] Aqui Mateus não usa o termo “cumprir” (pleroo), mas a ideia de que o nascimento de Jesus em Belém cumpriu a profecia de Mq 5.2 esta claramente presente. V. R. T. France, Mattheiv: Evangelist and Teacher (Grand Rapids: Zondervan, 1989), p. 171.
[2]V. 1.22,23; 2.14,15,17,18,23; 4.14-16; 8.17; 12.17-21; 13.35; 21.4,5; 27.9,10. Essas “citações de fórmula” diferem pouco entre si, mas todas partilham um padrão comum. Um relato preciso dessas variações pode ser encontrado em Davies e Allison, Matthew, vol. 3, p. 574. Se incluirmos 2.3-6, que não contem a palavra-chave “cumprir” (pleroo), mas que se encaixa no padrão de modo diferente, a contagem eleva-se para onze..
[3]Ibid., vol. 3, p. 576
[4]Com a devida vênia a Raymond E. Brown, The Birth of the Messaiah, 2. ed. (ABRL; New York: Doubleday, 1997), p. 97, a maior parte das citações de formula revelam a consciência geral do contexto bíblico do qual foram retirados.
[5] David C. Sim, The Gospel of Matthew and Christian Judaism: The History and Social Setting of the Matthean Community (SNTW; Edinburgh: T. &T. Clark, 1998), p. 188-211; idem. ‘Matthews Anti-Paulinism: A Neglected Feature of Matthean Studies” (estudo apresentado no encontro anual de Studiorum Novi Testamenti Societas, Montreal, Quebec, Aug. 2, 2001). Nesse estudo, Sim comenta que o entendimento de Mateus sobre a igreja como “um pequeno grupo sectário do judaísmo [...] esta ganhando espaço”. . tb. Amy-Jill Levine, The Social and Ethnic Dimensions of Matthean Salvation History: “Go Nowhere among the Gentiles (Matt. 10:5b)”(SBEC 14; Lewiston, N.Y.: Mellen, 1988), p. 180-5, e o posicionamento semelhante de J. Andre Overman, Matthews Gospel and Formative Judaism: The Social World of the Matthean Community (Minneapolis: Fortress, 1990), p. 86-9, e Anthony J. Saldarini, Matthew’s Christian-Jewish Community (CSHJ; Chicago: University of Chicago Press, 1994), p. 124-64.
[6]Uma avaliação mais detalhada desse assunto aparece em Frank Thielman, The Laiv and the New Testament: The Question of Continuity (Companions to the New Testament; New York: Crossroad, 1999), p. 47-77.
[7]Assassinato: Ex 20.13; Dt 5.17; adultério: Ex 20.14; Dt 5.18; Lv 18.20; vingança: Ex 21.23,24; Lv24.19,20; Dt 19.21. Com a devida venia a William R. G. Loader, Jesus’ Attitude towards the Law: A Study of the Gospels (WUNT 2.97; Tubingen: J. C. B. Mohr [Paul Siebeck], 1997), p. 172, 181: “foi dito aos seus antepassados” não se refere aos “mandamentos como foram ouvidos, i.e. interpretados”. A expressão “foi dito” (5.21,27,31,33,38,43) e a tradução do termo grego errethe, no tempo aoristo e voz passiva. O uso constante que Mateus faz desse verbo (no mesmo tempo e na mesma voz) refere-se em todas as ocasiões (com exceção de 5.18-48) as palavras de Deus. Além disso, a expressão “foi dito” em três antíteses e uma citação verbatim da lei Mosaica (5.21,27,38), e semelhante a expressão “as gerações antigas”, como referencia a geração que recebeu a lei no monte Sinai. V John P Meier, Law and History in Matthew’s Gospel (AnBib 71; Rome: Biblical Institute, 1976), p. 132; Robert A Guelich, The Sermon on the Mount: A Foundation for Understanding (Waco, Tex.: Word, 1982), p. 179-82; e Davies e Allison, Matthew, vol. 1, p. 506-7, 510-1.
[8] Com a devida vênia a Saldarini, Matthew’s Christian-Jewish Community. p. 126-34, que não consegue perceber que, na opinião de Mateus, a justificativa maior sobre o tratamento dado por Jesus ao sábado reside em sua autoridade, não na habilidade de manipular argumentos para provar sua violação do mandamento do sábado. Cf. France, Matthew: Evangelist and Teacher, p. 169-71, e para mais detalhes desse ponto, v. Thielman, Law and the New Testament, p. 63-6. A lei mosaica proíbe o trabalho no sábado em Ex 16.22-30; 20.10; 35.3; Nm 15.32-36; e Dt 5.l4; cf. Ne 10.31; 13.15-22: Is 58.13 Jer 17.19-27.
[9] Thielman, Law and the New Testament, p. 66-68.
[10] Como Saldarini afirma em Matthew’s Jewish-Christian Community, p. 159-1.
[11] Com a devida vênia a, e.g., Levine, Social and Ethnic Dimensions, p. 180-5, e Sim, “Anti- Paulinism”, p. 10.
[12] Em Mateus, o verbo pleroo normalmente se refere ao cumprimento de um elemento profético da Escritura. A única exceção desse padrão esta 3.15, em que Jesus diz que e necessário que ele seja batizado para “cumprir toda a justiça”. Mesmo ai, Jesus não esta dizendo que seu batismo e a “coisa certa a se fazer”, apenas que ele cumpre a vontade de Deus em um sentido geral e profundo. Cf. Daniel Marguerat, Le jugement dans l’evangile de Matthieu, 2. ed. (MdB 6; Geneva: Labor et Fides, 1995), p. 126-7.
[13] Cf. Meier, Law and History, p. 123-4; Donald A. Carson, “Matthew”, em The Expositor’s Bible Commentary, ed. Frank E. Gaebelein, 12 vols. (Grand Rapids: Zondervan, 197692), vol. 8, p. 140-7; France, Matthew: Evangelist and Teacher, p. 194-5. Marguerat, Le jugement dans l’evangile de Matthieu, afirma que 5.17-20 “não e a expressão da adesão de Jesus a Tora, mas de sua autoridade sobre ela” (p. 140), e que Jesus “cumpre a lei e os profetas por meio de seu ensino e atos” (p. 127). A despeito disso, Marguerat crê que o Jesus de Mateus não estabelece uma nova lei; considera a lei mosaica o ponto comum entre o judaísmo e ele próprio (139).
[14] Homilies on the Beatitudes 6.6. Agradeço a Dale C. Allison, The New Moses: A Matthean Typology (Minneapolis: Fortress, 1993), p. 188, por essa citação. Allison (p. 182-90) também crê que o Sermão do Monte tem a função de Torá escatológica do Messias, mas ele está menos disposto que eu a ver a descontinuidade entre a nova Torá de Jesus e a lei de Moises.