Usufruir a Vida de Modo Sábio — Eclesiastes 9:4-12

Usufruir a Vida de Modo Sábio 

(Leia Eclesiastes 9:4-12



Deve-se apreciar a vida e usá-la bem. Salomão escreveu: “Quanto àquele que está unido a todos os viventes, há confiança, porque melhor está o cão vivo do que o leso morto. Pois os viventes estão cônscios de que morrerão [um pensamento sóbrio, que devia induzi-los a usar sua vida de modo sadio]; os mortos, porém, não estão cônscios de absolutamente nada, nem têm mais salário, porque a recordação deles foi esquecida. Também seu amor, e seu ódio, e seu ciúme já pereceram, e por tempo indefinido eles não têm mais parte em nada do que se terá de fazer debaixo do sol.” — Ecl. 9:4-6.

Apenas quando alguém está vivo pode ele ter confiança e esperança. Esta é a ocasião para se criar boa reputação perante o Criador. Enquanto há vida, há esperança de haver uma mudança para melhor, mesmo no caso de alguém que procede dum modo contrário a lei. Quando a morte chega, é tarde demais. Portanto, o cão vivo, embora desprezado, está em melhor situação do que um leão morto, o Rei dos animais. Os vivos ainda podem fazer alguma coisa, mas os mortos não têm participação em nenhuma atividade nem nas emoções do amor, do ódio e do ciúme, que desempenham um papel tão grande na existência terrena do homem.

Por isso, devemos usufruir as obras de nossas mãos, como pessoas que temem a Deus. Salomão admoestou: “Vai, come o teu alimento com alegria e bebe o teu vinho com um bom coração, porque o verdadeiro Deus já achou prazer nos teus trabalhos. Em toda ocasião, mostrem ser brancas [lutuosas e limpas, não indicando lamento ou pesar, mas alegria,] as tuas vestes e não falte óleo [igualmente representativo de alegria, visto que o óleo é refrescante e revigorante] sobre a tua cabeça. Vê a vida com a esposa que amas, todos os dias da tua vida vã que Ele te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade, pois este é o teu quinhão na vida e na tua labuta em que trabalhas arduamente debaixo do sol. Tudo o que a tua mão achar para fazer, faze-o com o próprio poder que tens, pois não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria no Seol, o lugar para onde vais.” — Ecl. 9:7-10.


O usufruto sadio da vida, inclusive comer e beber, é correto e certo. É dádiva de Deus, e, por isso, tem a sua aprovação. Evidentemente, era isso o que Salomão queria dizer quando complementou o incentivo de se ter deleite no alimento e na bebida, com as palavras: “Porque o verdadeiro Deus já achou prazer nos teus trabalhos”. Sim, o Altíssimo não quer que levemos uma vida austera, privando-nos de toda alegria. Sendo ele um Deus feliz, quer que as pessoas sejam felizes na vida diária, inclusive na sua vida de casados. (Atos 14:17) Naturalmente, isto não significa entregar-se a uma vida de gratificação dos próprios desejos e de mera busca de prazeres. Salomão exortou a que se trabalhasse, aproveitando as oportunidades para empregar as mãos em fazer o bem, antes de se ficar totalmente incapacitado pela morte e de se acabar no Seol, no domínio da sepultura.


Neste mundo, portanto, o proceder mais sábio é usufruir a vida enquanto se pode, fazendo isso dentro dos limites das leis morais de Deus. A morte pode rapidamente acabar com tudo, porque demasiadas vezes ocorre o inesperado. O corredor mais veloz pode tropeçar e perder a corrida. Um poderoso exército pode sofrer derrota diante de forças inferiores. Um sábio pode ser incapaz de obter bom emprego, e assim padecer fome. Pessoas com excelente entendimento de administração empresarial podem, por causa das circunstâncias, ser incapazes de aplicar seu entendimento, e assim passar a ficar na penúria. Os entendidos podem sofrer a ira dos em autoridade e cair no desfavor deles. Isto é algo que o Rei Salomão notou de passagem, mas, depois de reconsiderá-lo mais detidamente, ele escreveu: “Retornei para ver debaixo do sol que a corrida não é dos ligeiros, nem a batalha dos poderosos, nem tampouco são os sábios os que têm alimento, nem tampouco são os entendidos os que têm riquezas, nem mesmo os que têm conhecimento têm o favor; porque o tempo e o imprevisto sobrevêm a todos. Pois o homem tampouco sabe o seu tempo [porque a morte pode sobrevir inesperadamente]. Iguais aos peixes que estão sendo apanhados numa rede má e como os pássaros que estão sendo apanhados numa armadilha, assim os próprios filhos dos homens estão sendo enlaçados num tempo calamitoso, quando cai sobre eles repentinamente.” — Ecl. 9:11, 12.

Portanto, assim como os peixes podem ser apanhados de repente numa rede, e os pássaros numa armadilha, assim a morte pode sobrevir aos homens repentinamente, sem aviso. Que forte lição Salomão deu sobre o usufruto sadio e satisfatório da vida, e seus verdadeiros benefícios e oportunidades, enquanto isso é possível!