Prosperidade dos Ímpios — Jó 21:7-22

PROSPERIDADE, ÍMPIOS, LIVRO, JÓ, ESTUDO BIBLICO, TEOLOGIA
Jó contradiz desassombradamente a dogmática apresentação de Zofar da efêmera prosperidade dos ímpios (cfr. Jó 20.4,5,11, etc.). Em cores fortes descreve a duradoura prosperidade do seu lar, da sua família, dos seus campos e dos seus rebanhos. E no fim dos seus dias descem tranqüilamente à sepultura (v.7-13). Tudo isto a despeito da sua impiedade, da provocação que a sua vida representou para Deus (v.14-15). De nada vale dizer, como os seus amigos decerto diriam para defender a sua posição, que os filhos dos ímpios sentirão o peso da ira divina. O fato implicaria a impunidade dos ímpios. Que poderia contar para eles, depois da sua morte, a felicidade ou infelicidade dos filhos? Subitamente, Jó acusa os amigos de presunção ao elaborarem teorias simplistas acerca do governo de Deus. Ao fazê-lo estão praticamente a ensinar a Deus como devia governar os homens em vez de encararem os fatos como eles se apresentam em toda a sua realidade (v.22). Certa versão insere “vós dizeis” antes do versículo 16 e toma-o como objeção levantada pelos amigos. Semelhante inserção ocorre também antes do versículo 19a. Baseando-nos nesta interpretação o sentido de o seu bem não está na mão deles (v.16) será: é um bem que pode desaparecer de um momento para o outro, arrancado pela mão de Deus. Torne-se extensiva ao fim do versículo 17 e ao versículo 18 a interrogação do princípio do versículo 17. Jó põe em dúvida a objeção dos amigos. Adote-se para o versículo 19 a seguinte versão: “Vós dizeis: “Deus guarda a sua violência para seus filhos”; que o Senhor lhe dê o pago a ele, ao ímpio, para que o conheça”.