A Brevidade da Vida — Jó 9:25-35

A BREVIDADE DA VIDA (Jó 9.25-35). Jó deixa de meditar sobre os males do mundo para considerar a sua própria dor e a efemeridade da existência. Quando sentimentos mais otimistas tentam vir à superfície (v.27) Jó afoga-os de novo com a convicção de que Deus está determinado a considerá-lo culpado. Mais vale desistir de uma luta desigual. E sendo eu ímpio (v.29). Leia-se, segundo melhor versão, “Eu serei condenado; por que, pois, trabalharei em vão?” Jó acusa um Deus que está evidentemente determinado a submergir na imundície um homem que aspira, sinceramente à pureza de alma (v.31-32). “Ah, se Ele fosse homem e não Deus!” exclama Jó; “então saberia eu defender-me. Mas Ele é Deus e não existe entre nós dois um árbitro que me impeça de ser subjugado” (v.32-33). O capítulo termina com o triste retorno daquilo que poderia ter sido para aquilo que é: a crua realidade de um Deus que vibra, sobre ele, os Seus crudelíssimos golpes. Se Deus tirasse de sobre ele a Sua vara, então ele falaria sem medo, então ele afirmaria a sua inocência; porque a sua consciência está pura.

O anseio de que aquele Deus - o Deus de um além misterioso e aterrador-se revelasse ao homem de uma forma compreensível e humana, lembra-nos as palavras do poeta Browning em “Saul”: “E a minha carne que procuro em Deus”. No dramático grito de anseio por alguém que arbitrasse entre Deus e o homem vemos a intuição profética de “um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1Tm 2.5). Só a encarnação e nada menos que ela, poderia dar a Jó a resposta por que ele ansiava. As palavras do versículo 33 apontam-nos forte e expectantemente para o presépio de Belém.