Romanos 12:1 — Comentário de Wuest

Romanos 12:1 — Comentário de Wuest

Romanos 12:1 — Comentário de Wuest


Nós chegamos agora a maior e nova seção da carta. Nos capítulos 1-8, Paulo explica as doutrinas da condenação, justificação, santificação, e glorificação. Nos capítulo 9-11, ele explica a Israel porque os pactos Abraâmicos e Davídicos não foram cumpridos. Agora, nos capítulos 12-16, o apóstolo exorta a uma vida em conformidade com a posição exaltada na qual os capítulos 1-8 coloca os cristãos, e em vista à habilidade dada por Deus na qual o crente pode viver essa vida. A doutrina deve sempre preceder a exortação visto que na doutrina os santos veem sua exaltada posição que faz a exortação para uma vida santa, uma vida razoável, e na doutrina, o santo é informado quanto as fontes de graça que ele possui com as quais obedece as exortações.

Paul diz, “eu vos suplico”. A palavra parakaleo, “eu te imploro, por favor”. A palavra “portanto” nos leva aos conteúdo dos capítulos anteriores. A base para a exortação de Paulo, ou aquilo pelo qual ele incentiva a obediência a exortação é “pelas misericórdias de Deus”. As misericórdias de Deus aqui são a justificação, santificação, e glorificação do crente. “Pelas” é dia, a preposição como agente intermediário. A exortação a uma vida santa em conformidade a posição exaltada dos santo em Cristo Jesus deve ser obedecido em vista dessas misericórdias. Portanto, em vista do fato de que somos pessoas justificadas, justas em nossa posição diante de Deus, estamos debaixo de obrigação para viver uma vida justa. Em vista do fato de que somos objetos da obra de justificação do Espírito Santo, devemos viver vidas na energia espiritual que Ele provê. Em vista do fato que ainda seremos glorificados, devemos esperar ansiosamente para a vinda de nosso Senhor, e purificar as nossas vidas. Portanto, as exortações devem ser obedecidas em vista do conteúdo que os capítulos 1-8 provê.

A palavra “apresentai” é paristemi “colocar de lado, próximo, apresentar, oferecer, colocar à disposição de alguém”. É a mesma palavra usada em 6:13. Vincent diz: “É o termo técnico para a apresentação das vítimas e ofertas em Levítico”. Veja Lucas 2:22. Nos sacrifícios em Levítico, o ofertante colocava suas ofertas em frente ao Santíssimo, e a trazia ao Senhor.” O corpo aqui se refere ao corpo físico do crente. Ele deve ser uma sacrifício vivo. Vincent comments: “Vivo em contraste com o sacrifícios mortos”. Compare 6:8, 11. Ele menciona Crisóstomo, “Como pode o corpo se tornar um sacrifício? Não deixe seus olhos verem o que é mal, isso é um sacrifício. Não deixe sua língua proferir nada maldoso, isso é uma oferta. Que a mão não opere nenhum pecado, é uma holocausto” (Webster dá uma definição para “holocausto”, um sacrifício inteiramente consumido pelo fogo.) Mas, isso não basta, além disso, devemos nos esforçar pelo bem; a mão que dá esmolas, a boca que bendiz que nos amaldiçoa, o ouvido que se apraz de ouvir a Deus. “Santo” é hagios, raiz da qual significa “aquilo que é posto de lado para Deus”. A palavra grega não tem nenhuma ideia de santidade no sentido de pureza e liberdade do mal. O adorador grego, o templo pagão grego, era hagios (santo) no sentido que ambos eram colocados à parte para adoração da divindade grega, mas ambos eram pecaminosos, visto que a deidades gregas eram meramente feitos da forma humana. Mas o hagios (santo) cristão traz para si a ideia de pureza e liberdade do pecado no fato de que o Deus do cristão é tanto infinitamente puro e é também livre do pecado. Portanto, o corpo físico do crente, colocado à disposição de Deus, apresentado a Ele, é santo, tanto no sentido de ser colocado à parte para Seu uso, e santo no sentido de ser usado para propósitos puros e justos, e portanto, livre de práticas pecaminosas.

“Aceitável” é euareston, composto de arestos, “aceitável, aprovado, satisfatório”, e eu, “bom, bem”, a palavra composta falando de algo que é bem aprovado, eminentemente satisfatório, ou extraordinariamente agradável. “Serviço” é latreia, “qualquer serviço feito por trabalho, ou o serviço de Deus” na LXX, “o serviço ou adoração de Deus de acordo com os requisitos da lei levítica”. É usada em Hebreus 9:6 dos sacerdotes que realizavam o serviço sagrado. Portanto, ela fala o serviço sacerdotal. Sem sombra de dúvidas, no pensamento de Paulo, a palavra foi usada aqui para falar do serviço sagrado sacerdotal, não como sacerdotes levíticos, oferecendo sacrifícios oferta queimada que era separado deles, mas um sacrifício vivo que não era apenas parte deles, mas também conectado ao dar de si mesmos, seus próprios corpos, ao serviço de Deus, pois uma pessoas não pode agir independentemente de seu corpo.

A palavra “razoável” é logikos, “racional, agradável à razão, que segue a razão”. Thayer diz, “a adoração que é prestada pela razão ou a alma”. Isso está em contraste a adoração dos sacerdotes que consistia em formas externas, simbólicos neles mesmos da verdade espiritual, e ainda assim não racional no sentido de que essa adoração estava desprovida de conexão material. Vincent diz, “Racional, não no sentido popular do termo, como uma coisa própria, mas racional, como distinguida de algo meramente externa e material. Assim a Rev., na margem. Está em harmonia com o mais alto sentido”. Israel pregava o evangelho através do uso de lições, o Tabernáculo, Sacerdócio, e Ofertas. A Igreja prega o mesmo evangelho em termos abstratos.

Tradução: Eu, portanto, vos suplico, por favor irmãos, através das misericórdias de Deus, por uma apresentação de uma vez por todas, coloquem seus corpos à disposição de Deus, um sacrifício, vivo, santo, agradável, com seu serviço sagrado racional.


Fonte: Wuest's Word Studies, de Kenneth S. Wuest, editado por Wm. B. Eerdmans Publishing Company; primeira edição (Junho de 1980)