As Consequências do Pecado


As Consequências do PecadoAs Consequências do Pecado

O pecado colocou o homem em desarmonia com seu Criador. Prejudicou assim não só sua relação com Deus, mas também sua relação com o restante da criação de Deus, inclusive os danos causados a si próprio, à sua mente, ao seu coração e ao seu corpo. Trouxe em consequências enormes males para a raça humana.

A conduta do casal humano revelou, de imediato, esta desarmonia. Cobrirem eles parte de seus corpos criados por Deus, e, depois disso, tentarem esconder-se Dele, constituíam claras evidências da alienação ocorrida na mente e no coração deles. (Gên 3:7, 8) O pecado assim dava-lhes sentimentos de culpa, de ansiedade, de insegurança, de vergonha. Isto ilustra o ponto frisado pelo apóstolo em Romanos 2:15, de que a lei de Deus fora ‘escrita no coração do homem’; assim, uma violação desta lei produziu então um transtorno no íntimo do homem, a sua consciência acusando-o de transgressão. Realmente, o homem possuía um detector inato de mentiras que tornava impossível que ele ocultasse seu estado pecaminoso de seu Criador; e Deus, respondendo à desculpa do homem por sua atitude mudada para com seu Pai celestial, prontamente indagou: “Comeste da árvore de que te mandei que não comesses?” — Gên 3:9-11.

Deus, para ser fiel a si mesmo, assim como para o bem do restante da sua família universal, não podia tolerar tal proceder pecaminoso, quer por parte de suas criaturas humanas, quer por parte do filho espiritual que se tornou rebelde. Conservando sua santidade, Ele impôs de modo justo a sentença de morte a todos eles. O casal humano foi então expulso do jardim do Éden, de Deus, sendo assim impedido de ter acesso àquela outra árvore, denominada por Deus como a “árvore da vida”. — Gên 3:14-24.

Resultados para a humanidade como um todo: Romanos 5:12 declara que “por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado”. (Veja 1Jo 1:8-10.) Alguns têm explicado que isto significa que toda a futura descendência de Adão compartilhou no ato inicial de pecado porque ele, como chefe de família, os representou e com isso, realmente, os tornou co-participantes no seu pecado. No entanto, o apóstolo diz que a morte “se espalhou” a todos os homens, o que dá a entender um efeito progressivo, em vez de simultâneo, nos descendentes de Adão.

Além disso, o apóstolo passa a falar da morte como reinando “desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não tinham pecado na semelhança da transgressão de Adão”. (Ro 5:14) O pecado de Adão é corretamente chamado de “transgressão” visto que violou uma lei declarada, uma ordem expressa de Deus dada a ele. Também, quando Adão pecou, fez isso de sua própria livre vontade, como humano perfeito, sem deficiências. É evidente que seus descendentes nunca usufruíram tal estado de perfeição. De modo que estes fatores parecem estar em desacordo com o conceito de que, ‘quando Adão pecou, todos os seus descendentes ainda por nascer pecaram junto com ele’. Responsabilizar todos os descendentes de Adão como participantes no pecado pessoal de Adão exigiria alguma expressão de vontade da parte deles quanto a terem-no como seu chefe de família. Todavia, nenhum deles na realidade expressou a vontade de nascer dele, sendo que seu nascimento na linhagem adâmica resultou da vontade carnal dos seus pais. — Jo 1:13.

Portanto, a evidência indica que o pecado de Adão foi repassado para as sucessivas gerações em resultado da reconhecida lei da hereditariedade. Isto é evidentemente a que o salmista se refere ao dizer: “Em erro fui dado à luz com dores de parto, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sal 51:5) O pecado, junto com todas as suas consequências, teve início e se espalhou a toda a raça humana não apenas por Adão ter sido o chefe familiar da raça, mas porque ele, não Eva, foi o seu genitor, ou fonte da vida humana. Dele, bem como de Eva, seus descendentes inescapavelmente herdariam não apenas características físicas, mas também traços de personalidade, inclusive a inclinação para o pecado. — Veja 1Co 15:22, 48, 49.

As palavras de Paulo também indicam esta conclusão ao dizer ele que, “assim como pela desobediência de um só homem [Adão] muitos foram constituídos pecadores, do mesmo modo também pela obediência de um só [Cristo Jesus] muitos serão constituídos justos”. (Ro 5:19) Os “constituídos justos” pela obediência de Cristo não foram todos imediatamente constituídos assim no momento em que ele apresentou a Deus seu sacrifício de resgate, mas passam a receber progressivamente os benefícios deste sacrifício à medida que exercem fé nesta provisão e ficam reconciliados com Deus. (Jo 3:36; At 3:19) Do mesmo modo, também as progressivas gerações dos descendentes de Adão foram constituídos pecadores ao serem concebidos por seus pais inerentemente pecadores da linhagem de Adão.