Comentário de J.W Scott: Colossenses 3:18-25

comentário bíblico da carta aos colossenses
IX. INJUNÇÕES CONCERNENTES À VIDA DOMÉSTICA Colossenses 3.18-4.1

A apresentação do assunto aqui deve ser comparada com aquela em Ef 5.22-6.9 n. O apóstolo escreve concernente à atitude cristã para com as afinidades dentro da família. São três; a de esposo e esposa, a de pai e filho, e a de senhor e servo. Esposas submetei-vos (18). Se pelo padrão moderno Paulo parece deixar de tratar a esposa em pé de igualdade com o esposo, dois fatos devem ser lembrados. Em algumas das igrejas daquela época havia, evidentemente, uma tendência de as mulheres negligenciarem os seus deveres domésticos e procurarem uma emancipação desnatural. (Cf. as várias referências nas epístolas pastorais). Também nos dias de Paulo o conceito geral atribuía todos os direitos ao homem. A coisa realmente significante aqui é que o apóstolo insiste que haja obrigações de ambos os lados. A ordem para os filhos (20) está de acordo com o decálogo e o ensino de todo o Velho Testamento. Os país têm de exercer disciplina, porém, não de uma maneira tal, que se degenere em ralhar aos filhos. Desanimados (21). Lightfoot parafraseia "empreender seus trabalhos com uma disposição de espírito negligente, triste, feia".

Indubitavelmente, o caso de Onésimo e Filemom (veja Introdução a Filemom) sugeriu a declaração dada aqui (Cl 3.22-4.1) quanto à afinidade entre servos e senhores. Isto não quer dizer que o caráter desses dois cristãos pode ser deduzido destas instruções. O escravo deve trabalhar criteriosamente, lembrando que tudo o que faz é feito para o Senhor. Qualquer que seja o tratamento que o escravo recebe às mãos do seu senhor terreno, ele deve lembrar que receberá a sua recompensa do Senhor Celestial pelo trabalho bem feito (25). Veja as notas sobre a passagem paralela em Ef 6.5-9. Será que Paulo desculpa o sistema total da escravidão? Está tentando narcotizar o escravo, para este aceitar as injustiças do sistema atual em troca das recompensas prometidas no céu? Questões desta natureza são bem respondidas uma vez que colocamos as declarações do apóstolo no contexto daquela época. Perante a lei o escravo era um "bem móvel", portanto, tratá-lo com justiça parecia ridículo. E contudo, esta é a questão real levantada aqui.