Comentário de J.W Scott: Colossenses 1:9-14

comentário bíblico da carta aos colossenses
II. ORAÇÃO PELO PROGRESSO ESPIRITUAL DOS COLOSSENSES Cl 1.9-14

Por esta razão (9): refere-se a todo o parágrafo precedente. A substância da oração do apóstolo é realmente para os seus leitores serem fortificados contra o falso ensino (veja Introdução). Por causa do perigo para a verdade, em face da nova especulação, Paulo ora, a fim de que possam ser “cheios do conhecimento da sua vontade em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (9). O fim de tudo isto é prático: que "andam dignamente diante do Senhor" (10). A sã doutrina nos leva a conduta correta. A última não é possível sem a primeira. Notar a correlação característica entre a doutrina e a conduta. Para Paulo, o Cristianismo não é um simples "modo de vida" no sentido moderno, mas sempre um modo de vida fundamentado sobre uma doutrina. Agradando em tudo (10): não significa "agradando a todos". A frase é traduzida melhor na ARA: "para o seu inteiro agrado", isto é, do Senhor. O fortalecimento do crente pelo poder de Deus, que Paulo tem em mira, conduz à paciência, à alegria e às ações de graças (11-12). Esta última é recomendada aos Colossenses como dever cristão (cf. Cl 2.7; Cl 3.17; Cl 4.2). Eles tinham muitos motivos para dar graças. Pois Deus os fez idôneos para participarem no destino dos santos "na luz". O Reino celestial para o qual tinham sido trazidos é um reino de Luz. Cf. Ef 5.8. Lightfoot parafraseia o vers. 13: "Éramos escravos na terra da escuridão. Deus nos resgatou desta escravidão. Ele nos transplantou dali e nos fixou como colonos e cidadãos livres no reino do Seu Filho no Reino da Luz". Note que a palavra traduzida como "transportou" (13) é usada da migração de povos inteiros de uma região para outra. Aqui pode haver a idéia de um "êxodo" cristão. O reino para o qual os cristãos foram transportados é o "Reino do seu Filho amado" e não o de anjos inferiores. Assim começa a controvérsia da heresia (veja a Introdução). Cf. Hb 1.1-2.8. Encontrando-se neste reino o crente não é mais sujeito aos poderes das trevas (cf. Ef 6.12). Esta transportação envolve uma gloriosa emancipação. O vers. 14 apresenta o quadro de um benfeitor que liberta um escravo mediante o pagamento de um resgate. É verbalmente idêntico a Ef 1.7 (veja nota ali).