O EVANGELHO SEGUNDO SÃO JOÃO

INTRODUÇÃO


I. AUTORIA

É geralmente aceito que o autor do Evangelho foi um judeu que viveu na Palestina, porém muitos comentaristas não o identificam com João, o apóstolo. No entanto, há provas convincentes de que ele é o autor deste Evangelho. Admite-se que o Evangelho tenha sido escrito por uma testemunha ocular dos eventos então relatados. O discípulo a quem Jesus amava e que estava presente à última ceia e, finalmente, à crucificação e ao túmulo vazio é o mesmo "que dá testemunho destas coisas" (Jo 21.24). Estes fatos a respeito da testemunha ocular advogam a autoria de João, o apóstolo.

Há evidências internas que são decisivamente favoráveis à identificação do discípulo amado com João, o apóstolo. Seu conhecimento de costumes, festas e topografia judaicos é incontestável. Muitos críticos, entretanto, aceitam como autor do Evangelho um certo João, o presbítero, que foi um discípulo do apóstolo. Esta hipótese é baseada na evidência de Papias, bispo de Hierápolis, que se refere a dois João em sua Exposição dos oráculos do Senhor um dos quais ele chama o "Presbítero". Outros prestam certo respeito à posição tradicional, sugerindo que João, o Presbítero, fosse apenas o amanuense do apóstolo. O testemunho dos Alogoi é também tomado como evidência de que o apóstolo João não foi o autor. Este nome foi dado a uma seita obscura que não aceitava o Evangelho como obra de João. Esta posição deles foi seriamente criticada por Irineu. Estes pontos de vista têm recebido mais atenção do que merecem. A limitação de espaço não permite um estudo completo do problema da autoria num comentário como este. Para breve, porém adequado estudo ver: F. F. Bruce, Are the New Testament Documents Reliable? e H. P. V. Nunn, The Fourth Gospel (Tyndale Press).