Como Evitar me Envolver com Pessoas Erradas?

AMIZADE, CONSLEHO, ESTUDOS BIBLICOS, TEOLOGIA Comecei a andar muito com uma garota da escola. . . . Ela não usava drogas, não era festeira nem imoral. Nem mesmo palavrão ela falava. E suas notas eram excelentes. Mas definitivamente ela era uma má companhia.” — Sandra.

Por que Sandra chegou a essa conclusão? Hoje ela se dá conta de que a influência dessa colega foi prejudicial. Sandra explica: “A amizade com ela me levou a ler livros sobre espiritismo; cheguei até mesmo a escrever uma história com conteúdo espírita.”

Uma jovem chamada Melanie também foi levada à conduta imprópria — mas por uma pessoa que se dizia da mesma fé! Como é possível saber se alguém será uma boa companhia? É sempre perigoso ter amizade achegada com descrentes? Amizades com irmãos na fé são sempre seguras?

O que dizer especificamente de amizades com alguém do sexo oposto? Se você está de olho em alguém visando namoro e casamento, como pode saber se há probabilidade de o relacionamento ser saudável? Vejamos como os princípios bíblicos podem ajudar a responder a essas perguntas.

Quem são os bons amigos?: Deveria o fato de a colega de Sandra não adorar o Deus verdadeiro deixá-la indecisa em fazer amizade com ela? É claro que os verdadeiros cristãos não concluem que uma pessoa é indecente ou imoral só porque ele ou ela não é um irmão na fé. Mas quando o assunto é fazer amizades bem achegadas, é preciso cautela. O apóstolo Paulo avisou os da congregação cristã no primeiro século: “Más companhias arruínam o caráter.” (1 Coríntios 15:33, The Bible—An American Translation) O que ele queria dizer?

É bem provável que alguns cristãos coríntios estivessem se associando com os epicureus, seguidores do filósofo grego Epicuro. Bem, Epicuro realmente ensinou seus seguidores a viver com bom senso, coragem, autodomínio e justiça. Ele até mesmo desincentivava a prática secreta de coisas erradas. Então, por que Paulo consideraria os epicureus, e mesmo os membros da congregação que tinham idéias similares, como “más associações”?

Os epicureus não eram adoradores do Deus verdadeiro. Visto que não acreditavam na ressurreição dos mortos, seu objetivo era desfrutar a vida ao máximo. (Atos 17:18, 19, 32) Portanto, não é de admirar que, por andarem com essas pessoas, alguns na congregação em Corinto começaram a perder a fé na ressurreição. É por isso que o capítulo 15 de 1 Coríntios — onde encontramos o aviso de Paulo contra as más associações — está repleto de argumentos objetivando convencer novamente aqueles cristãos que a esperança da ressurreição é real.

Qual a lição que aprendemos disso? Mesmo pessoas que não levam Deus em conta podem manifestar qualidades excelentes. Mas se você as escolher como amigos achegados, seu modo de pensar, sua fé e sua conduta serão afetados. Assim, em sua segunda carta aos coríntios, Paulo declarou: “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos.” — 2 Coríntios 6:14-18.

Certo jovem, de 16 anos, percebeu a sabedoria das palavras de Paulo. Ele aceitou participar numa atividade extracurricular que envolvia viajar a um país em desenvolvimento para ajudar a ensinar crianças. No entanto, à medida que ele e seus colegas de escola se preparavam, esse jovem mudou de idéia. Ele disse: “Percebi que ficar tanto tempo com eles não me faria bem em sentido espiritual.” Por isso, ele resolveu sair do projeto e ajudar de outras maneiras pessoas necessitadas.

Amizades entre companheiros cristãos: Mas o que dizer das amizades dentro da congregação cristã do Israel de Deus? Escrevendo ao jovem Timóteo, Paulo avisou: “Numa casa grande não há só vasos de ouro e de prata, mas também de madeira e de barro, e alguns para fim honroso, mas outros para fim sem honra. Portanto, se alguém se mantiver livre destes últimos, será vaso para fim honroso, santificado, útil para o seu dono, preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 2:20, 21) Portanto, Paulo não fez vista grossa para a realidade de que, mesmo entre os cristãos, talvez haja alguns que não se comportem de maneira honrosa. E ele foi igualmente franco ao exortar Timóteo a se manter livre de tais.

Será que isso significa que você deve suspeitar de seus irmãos na fé? Não. Nem significa que você deve esperar perfeição de seus amigos. (Eclesiastes 7:16-18) No entanto, o simples fato de um jovem frequentar a congregação ou de ter pais zelosos na congregação não é o suficiente para indicar que esse jovem serve para ser seu amigo achegado.

“Mesmo pelas suas práticas se dá a conhecer o rapaz [ou a moça] quanto a se a sua atuação é pura e reta”, declara Provérbios 20:11. Então, é sábio analisar: A relação com Deus é a coisa mais importante na vida dessa pessoa? Ou há evidências de que o modo de pensar e as atitudes dela refletem “o espírito do mundo”? (1 Coríntios 2:12; Efésios 2:2) Sente que seu desejo de adorar a Deus aumenta quando está junto com essa pessoa?

Se você escolher amigos que têm forte amor por Deus e por assuntos espirituais, não apenas evitará problemas, mas também terá mais força para servir a Ele. Paulo disse a Timóteo: “Empenha-te pela justiça, pela fé, pelo amor, pela paz, ao lado dos que invocam o Senhor dum coração puro.” — 2 Timóteo 2:22.

Amizade com os do sexo oposto: Se tiver idade suficiente para se casar e deseja isso, analisou com cuidado como esses mesmos princípios devem afetar a escolha de um cônjuge? Muitas coisas podem fazê-lo sentir-se atraído por alguém a ponto de querer casar-se, mas nenhuma é mais importante do que a condição espiritual da pessoa.

Assim, a Bíblia avisa repetidamente contra casar-se com alguém que não está “no Senhor”. (1 Coríntios 7:39; Deuteronômio 7:3, 4; Neemias 13:25) É verdade que os que não são nossos irmãos na fé talvez sejam confiáveis, respeitáveis e amorosos. Mas eles não têm os mesmos motivos que você tem para aprimorar essas qualidades e preservar o casamento ao longo dos anos.

Por outro lado, quem é servo de Deus e leal a Ele, propositalmente cultiva e mantém qualidades cristãs, aconteça o que acontecer. Ele ou ela compreende que a Bíblia associa amar o cônjuge com ter um bom relacionamento com Deus. (Efésios 5:28, 33; 1 Pedro 3:7) Assim, quando marido e mulher amam a Deus, têm o mais forte incentivo para permanecer leais um ao outro.

Mas será que casar com alguém da mesma fé é garantia de casamento bem-sucedido? Não. Por exemplo, se você se casar com alguém que tem apenas interesse superficial por assuntos espirituais, o que poderia acontecer? Despreparada para resistir às pressões deste sistema, é mais provável que uma pessoa espiritualmente fraca se afaste da congregação cristã do Israel de Deus. (Filipenses 3:18; 1 João 2:19) Imagine o sofrimento e as divergências que você enfrentaria se seu cônjuge se tornasse vítima das “imundícies do mundo”. — 2 Pedro 2:20, Bíblia Pastoral.

Antes de aprofundar uma amizade que pode levar ao casamento, analise: Essa pessoa dá evidência de ser alguém espiritual? Dá bom exemplo de vida cristã? Está bem arraigada na verdade bíblica ou precisa de mais tempo para crescer espiritualmente? Você está convencido de que o amor a Deus é a principal motivação na vida dessa pessoa? Saber que ela tem uma boa reputação é de ajuda. Mas, no fim das contas, é você quem deve estar convencido de que essa pessoa é devotada ao Senhor e provavelmente será um bom marido ou esposa.

Lembre-se também de que alguns que são atraídos a “pessoas erradas” inicialmente são atraídos a coisas erradas — tais como diversão ou atividade imprópria. Jovens de conduta cristã exemplar não o convidariam a participar em tais coisas. Portanto, analise seu coração.

Se descobrir que seu coração precisa de disciplina, não desanime. Ele pode ser disciplinado. (Provérbios 23:12) O ponto é: O que você realmente quer? Ser atraído ao que é bom e aos que praticam o que é bom? Com a ajuda de Deus, você pode desenvolver um coração assim. (Salmo 97:10) E por treinar suas faculdades perceptivas para distinguir o certo do errado, verá que é mais fácil decidir quem será um amigo bom e edificante. — Hebreus 5:14.